Vanessa Pinho, advogada criminalista e protetora de animais, comemora fim da matança de cães na Coreia do Sul
A proibição foi oficializada ontem (9) pelo Parlamento da Coreia do Sul. Trata-se de luta antiga de várias entidades protetoras dos animais na Coreia do Sul. Campanha que obteve adesão maciça das novas gerações e também de grande parte de coreanos que nunca aceitaram essa cultura do País.
Conhecida na capital mato-grossense pelo seu exímio talento jurídico nas áreas criminalista e civil, a protetora Vanessa Pinho comemorou o fim do massacre de cães na Coreia do Sul para consumo humano. Trata-se de uma cultura que contradiz com todos os princípios humanos e com a visão das novas gerações, explica, ao lembrar as covardias praticadas contra os animais confinados em jaulas, à espera de abate.
“Felizmente, a Coreia do Sul empreendeu iniciativa importantíssima para que tal prática seja adotada também por outros países, a exemplo da China. Registros aleatórios nos países orientais, feitos por defensores da causa animal impressionam pela situação torturadora com que milhares de cães, confinados em jaulas exíguas, aguardam a hora de morrer. No geral, a forma de abate é ainda mais cruel, seja à base de pauladas, punhaladas, etc. Há registros de protetores que flagraram cães sendo esquartejados e lançados ainda VIVOS dentro de água fervente. É uma covardia que afronta Deus, pai de todos os seres vivos”.
Vanessa frisou que a instituição dessa lei vai servir como foco exemplar para que os consumidores de carne canina repensem o absurdo que cometem contra o melhor amigo do homem. “Porque, acaso inexistissem clientes, esse mercado simplesmente não vingaria. Ao consumir carne canina, as pessoas se tornam cúmplices, incentivadoras”.
A advogada destacou que todos os animais merecem respeito, compaixão. “No caso específico, refiro-me aos cães, as maiores vítimas de predadores potenciais em vários países. Há pouco tempo, venezuelanos que aportaram no Brasil para fugir da crise econômica daquele país diziam que a carne de cães foi inserida na alimentação cotidiana dos que resistiram em deixar suas origens. Muitos abandonaram seus pets por lá, animais entregues aos vizinhos. Depois, souberam que foram consumidos”.
Essa “naturalidade” é altamente perigosa, alerta a protetora, e é preciso atenção constante das entidades e autoridades que atuam na causa animal para evitar que coisas do tipo se tornem gradualmente corriqueiras, expandindo-se em todas as fronteiras do Planeta.
TRABALHO PERSISTENTE EM DEFESA DOS ANIMAIS
Vanessa Pinho cunhou história respeitosa na área de proteção animal ao fundar uma ONG que protege todo tipo de bichos em Cuiabá-MT. Na realidade, desde adolescente a futura advogada já hasteava bandeira protetora para salvar os anjos de quatro e duas patas.
Na sua chácara em Santo Antônio, ela abriga não apenas cães, mas também gatos e galinhas. Cada animalzinho tem uma história triste, diz. Muitos foram resgatados em trabalhos de macumba.
“Resgatei vários dentro de cemitérios, ao ir visitar túmulos de parentes. Tenho um gato preto que estava numa sepultura, todo arrebentado. A maldade foi tanta que fraturaram seu maxilar e arrancaram dentes e um dos olhos, onde inseriram bilhete com o nome da pessoa que desejavam prejudicar. Esse bichano é um dos meus prediletos, coitadinho”.
Vanessa também enfatizou o importante trabalho de apoio à causa animal realizado pelo vereador Sargento Vidal, “parceiro crucial nos trabalhos que realizamos pelos anjos caninos, felinos e tantos outros”, diz.
Ainda que no Brasil o comércio de carne canina nunca aconteceu (salvo exceções clandestinas, devidamente punidas), Vanessa explana que há outras coisas que precisam ser proibidas para ampliar a causa da proteção animal. Citou, como exemplo, o uso de veículos movidos a tração animal, já proibido em Cuiabá e em outros municípios brasileiros.
“À revelia das leis vigentes, muitos condutores transitam na periferia com quadrúpedes esqueléticos, feridos. São animais que utilizam como objetos, espancando-os sem piedade ou pudor. Quanto mais o animal trabalha, mais é espancado. Suplício que começa ao amanhecer, estendendo-se noite adentro. Isso, sem água ou ração. Resultado: incontáveis quadrúpedes perecem nas vias públicas por não aguentar o peso que são obrigados a carregar em condições absurdas”.
O que mais choca em situações semelhantes, aponta Vanessa Pinho, é a cumplicidade das pessoas. Talvez para evitar problemas, analisa a causídica, muitas fingem não ver as atrocidades que as pessoas praticam contra animais pequenos e de grande porte. Se indagados sobre o porquê dessa omissão, dizem que “o animal é dele” (do torturador em questão). Sequer acionam o 190 (Polícia) para socorrer os bichos…”
Mato-grossenses ficaram escandalizados em restaurante chinês
Então assessor de Imprensa da Casa Civil, no Governo Blairo Maggi, acompanhei passo a passo o desdobramento de uma visita feita pelo governador e comitiva à China, em 2005. Ao regressar, em coletiva à imprensa, Maggi e os secretários falaram sobre os acordos firmados com os governantes chineses, incluindo impressões gerais acerca da cultura local.
A então primeira-dama de MT, Terezinha Maggi, afirmou ter ficado impressionada ao constatar que a carne de cães faz parte da rotina alimentar na China, apesar de não ser consenso geral, pois há camadas da população opositora a isso.
“Eles comem cachorros. É uma antiga cultura chinesa, certo, mas a gente não deixa de se sentir desconfortável, penalizada pelo destino triste de lindos pets. A vontade que tive foi de pegar vários condenados à morte e trazer para o Brasil.”
Em face dessa constatação, muitos integrantes da comitiva de MT simplesmente evitaram pedir carne ofertada nos cardápios dos restaurantes, temendo que pudesse ser de origem canina.
Um dos membros da comitiva disse, inclusive, que esteve num restaurante em que os clientes podiam escolher e assistir, através de vidro transparente, o abate do cão escolhido para o almoço da família. E ele garante que assistiu um animal sendo esfaqueado e se retorcendo ao ser esfolado vivo. O mais aterrador: os uivos de dor do pobre cão divertiram quem tinha feito a encomenda macabra.
Resta torcer para que esse tipo de atendimento gastronômico tenha sido banido da rotina dos restaurantes orientais de uma vez por todas. Mas, em função de deslizes semelhantes, da eclosão insana de guerras, está constatado que o homem é o ser mais bestial do planeta!
Por João Carlos de Queiroz, jornalista
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