“Uma imagem daquelas é muito deprimente; fica uma mancha”
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), declarou, nesta sexta-feira (20), que, por mais que consiga esclarecer as imagens nas quais aparece recebendo suposta propina do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), ficará “uma mancha” em sua carreira.
“É difícil. Uma imagem daquelas é muito forte. É muito deprimente. Por mais que eu tenha certeza de que vou esclarecer e de que a verdade irá aparecer, fica a mancha. É complicado você atacar”, declarou.
A imagem sobre a qual Emanuel Pinheiro se refere está na delação premiada do ex-governador ao Ministério Público Federal (MPF).
No vídeo, ele aparece recebendo R$ 20 mil em pacotes de dinheiro do ex-assessor de Silval, Silvio César Corrêa, em um suposto pagamento de propina do ex-chefe do Executivo.
Na manhã de hoje, durante relançamento de obras de Saúde da Capital, o prefeito comentou sobre o vídeo – divulgado no fim de agosto em rede nacional.
Novamente, ele se defendeu das acusações: disse que não cometeu nenhum ato ilegal e afirmou que provará sua inocência na Justiça.
“Eu, quando era professor de Direito Constitucional, sempre explicava aos meus alunos: ‘Nunca brinque com a honra de uma pessoa. Antes de acusar, investigue, porque a honra é o maior patrimônio de um cidadão. Brincar com a honra de uma pessoa é a mesma coisa que pegar um travesseiro de pena, subir no décimo andar de um prédio, rasgar o travesseiro, jogar e depois mandar limpar. Você consegue limpar, mas depois fica muita pena, espalhada para todo o lado, de difícil reparação’”, disse.
Segundo ele, somente com o passar do tempo será possível avaliar os danos que as imagens divulgadas pelo ex-governador irão causar à sua carreira política.
“Isso é só o tempo é que vai dizer, mas são 30 anos de vida pública. A população cuiabana me conhece. Nunca tive nenhuma condenação por nada que envolvesse desvios ou malversação de recursos públicos. Quatro mandatos de deputado, dois como vereador, secretarias, sempre com integridade e honradez”, afirmou.
De acordo com o prefeito, a divulgação do vídeo fez com que ele refletisse sobre a necessidade de se preocupar com a honra e com as imagens das pessoas.
“Mas, a verdade vai aparecer. Vou me defender, estou à disposição do Supremo Tribunal Federal, da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal. Sou o maior interessado em esclarecer tudo e mostrar que nada tenho a ver com isso”, afirmou.
Depoimento de ex-assessor
O prefeito da Capital também comentou sobre uma declaração pública, registrada pelo ex-assessor de Silvio Correa, Valdecir Cardoso de Almeida, que teria sido o responsável por instalar as câmeras que filmaram os parlamentares recebendo as supostas propinas.
Na declaração, Almeida afirmou que as imagens foram deturpadas e que o montante recebido por Pinheiro seria para quitar suposta dívida entre o ex-governador e o irmão do prefeito, o empresário Marco Polo de Freitas Pinheiro.
Emanuel Pinheiro comentou que teve conhecimento do depoimento e que, com base no ato, sua defesa solicitou que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) – onde foi homologada a delação de Silval –, realize novas diligências.
“Tenho ciência desse depoimento, porque foi um ato público, registrado em cartório, e que fez parte da busca e apreensão da Polícia Federal em minha residência. Há mais de 30 dias, minha defesa entrou com pedido ao ministro Fux para que pudesse fazer, com base nesses fatos novos, novas diligências, entre elas a oitiva desse ex-assessor do Sílvio Correa, bem como do ex-governador e também de outras pessoas que sejam necessárias para avançar e esclarecer esse episódio, demonstrando que não tenho nada a ver com isso”, disse.
Ao ser questionado sobre o motivo de ele ter sido o responsável por receber o montante – pois segundo Almeida, o valor era destinado ao irmão dele -, Emanuel se esquivou.
“Isso, eu vou falar na Justiça. A verdade está aparecendo e, na Justiça, eu irei provar tudo, porque lá é o fórum competente para decretar que Emanuel Pinheiro nada tem a ver com isso”, completou.
Fonte: Midianews
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