Trump, o presidente “velho gagá”, resolve recusar encontro com o “homenzinho dos foguetes”, King Jong-un
São esses os apelidos que os inimigos resolveram adotar um para o outro. A pretensa tentativa de aproximação do ditador coreano ruiu drasticamente.
Por João Carlos de Queiroz – Menos de 24 depois de aceitar um encontro com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu abortar a reunião que ele próprio agendara para maio próximo. A reviravolta no caso teve o impacto de um bombardeio no cenário político mundial.
A Casa Branca emitiu nota para tentar amenizar a estranheza causada pela reviravolta protagonizada pelo presidente americano. Havia expectativas de encontro entre os dois líderes como parte da implosão da guerra fria que poderia evoluir para combates efetivamente sangrentos e destruidores. Caso isto aconteça, não somente os EUA e Coreia do Norte perderiam, mas também os países aliados. Seria uma ruptura no equilíbrio da economia mundial.
Há boatos de que Trump, instruído por assessores próximos, estaria temendo alguma ação criminosa, de caráter químico, durante a visita do ditador, estratégia que os coreanos dominam bem.
O próprio meio-irmão do ditador, que criticava o regime ditatorial do seu País, foi assassinado em 13 de fevereiro de 2017. Especialistas da Polícia comprovaram que Kim Jong-nam foi morto com uma substância de destruição em massa (conhecida por Vx), banida em 1993. Apenas uma gota do veneno, em contato com a pele, é capaz de provocar paralisia, convulsões e sufocamento. A vítima passa a sentir asfixia progressiva em minutos, pois o veneno interfere diretamente no sistema nervoso.
O recuo do presidente Trump não tem assim uma conotação covarde, mas de estratégia de cunho preventivo. Em se tratando do arrogante ditador norte-coreano, tudo é possível, segundo análise de especialistas em guerra. Se a Coreia do Norte estabeleceu alguma estratégia criminosa contra o dirigente dos EUA, isto agora ficou inviável. Pelo menos em relação à delicada audiência entre as lideranças. São hipóteses, claro.
Em síntese, “ficou o dito pelo não dito”. a Casa Branca, segundo o porta-voz do presidente, quer que o ditador coreano efetivamente prove, na prática, que está disposto a adotar a desnuclearização na península coreana, para então retomar a possibilidade de um encontro entre os dois. O levante de dúvidas dos EUA tem fundamento: mesmo com várias sanções impostas à Coreia do Norte, o ditador Kim Jong-un demonstrou ter ânimo de guerra incansável. As negociações nunca avançaram entre os dois países, e se arrastam há mais de 25 anos.
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