TEXTOS SEM A: SOBRE O CRUZEIRO ESPORTE CLUBE…

Ser mineiro é, no mínimo, torcer pelo Cruzeiro Esporte Clube de modo fervoroso, genuíno... É compor um dos pontinhos vivos nos encontros futebolísticos do glorioso time; foguetório multicolorido, no registro sucessivo de gols. Desses que o goleiro nem percebe o ritmo veloz dos chutes, por vezes em círculo de poderio invisível. E o gol surge dócil, intruso...

O Cruzeiro tem notório histórico de tentos vitoriosos distintos. No coletivo do futebol, o estouro festivo de foguetes mesclou esse tempo inocente com incursões de perigo persistente, por vezes com mortes inocentes. Simbolizou o épico feliz dos torcedores, sem o rol de crimes mesquinhos que hoje eclodem no circo pretensioso dos jogos.

Houve torcedor que morreu surpreso, sem entender o porquê de tudo, depois que um simples foguete explodiu no seu peito e comprometeu pulmões, ou por certeiro golpe mesquinho de opositor esportivo.

Isso foge longe do rótulo que o futebol, como esporte, quer conscientemente conceber, imperioso num propósito sobrevivente.

Infelizmente, o medo se integrou de vez no dueto do futebol, de jeito célere. Medo de que inocentes se tornem cordeiros eternos de insensíveis mentores criminosos, elementos sem escrúpulos.

É o perfil ruim de um esporte que tem hoje poucos trunfos vitoriosos. Prejuízo coletivo, que envolve times e respectivos grupos, equipes.

Esse medo é sempre presente, porém meio dispersivo em reuniões de grupos torcedores diferentes; reflete-se em suicídios e em cofres sem dinheiro, motivo de desmonte de times de presumível futuro…

E o nobre Cruzeiro? O time mineiro, com sede em BH, tem conseguido bons tentos, independente do suspense dos medos vigentes. Dizem leigos e entendidos: “O Cruzeiro é equipe de pulso, resiste firmemente. Detém indescritível requinte técnico e precioso culto histórico.”

Dizeres do tipo exprimem tudo sobre o espírito pomposo do cruzeirense ‘cego’, torcedor que nem “vê” seus concorrentes, muitos com notório poder esportivo de dribles.

Pode-se inclusive dizer que o termo “rei do futebol” é chicote ferino no ego de servos de outros times e seus respectivos seguidores, prole fiel…

Lógico que o célebre escritor Roberto Drummond, de Belo Horizonte, sempre discordou disso, do polêmico “eu superior” cruzeirense. Repórter olhudo, Drummond produziu excelentes textos críticos, bem venenosos, em tempos idos…

Se o nobre Drummond, com seus esforços noticiosos, conseguiu distorcer opiniões ou convencer cruzeirenses sobre seus erros prepotentes, é mistério incógnito num universo indivisível. Drummond foi opositor elogioso do time.

O heroico time mineiro sofreu horrores diuturnos com o intelecto impiedoso do esportivo repórter Drummond, hoje um dos servidores serenos em missões sublimes, por ordens de Deus e no séquito de discípulos diretos…

Pode ser que, em momentos ociosos no éden, Drummond detone em dobro o Cruzeiro, sem nenhum receio de confundir opiniões dos pretensos libertinos do setor divino. No infinito de luz, dizem médiuns, “tudo é digno de louvor”.

Pois bem: segundo ferrenhos seguidores do Cruzeiro – grupo futebolístico mineiro de renome, detentor merecido de troféus pelos incríveis dribles mestres -, “sofredor é termo inexistente no emotivo de todos os distintos elos torcedores”.

Os mineiros têm fervor defensivo pelo referido time, com enfoque construtivo no seu célere soerguimento em períodos negros, decrépitos, por vezes em posições irreversíveis, penúltimo time em competições de vulto.

Isso sucedeu no eclodir de recuos infelizes, procedimento previsível, comum, em difíceis e longínquos confrontos guerreiros, onde o distinto domínio linguístico é inútil. Pois o jogo, em si, é simplesmente técnico, mesmo com empurrões, socos, toques violentos de cotovelos, etc…

É que uns preferem morder pescoços, desespero explícito por gols. Ué: tem registro inofensivo de beijos (?) entre equipes – pode isto? -, seguindo-se esfregões suspeitos…

O certo é que todo jogo tem seus segundos críticos, decisivos, cômicos. Contudo, em momentos de crise {de tempo longo}, segundo os cruzeirenses, é preciso estender firme teor compreensivo, como se o time fosse um ente vivo, imbuído de sentimentos. Muitos em conflitos introspectivos e grotescos de conteúdo. Procede…

E é mesmo vivo, defendem, pois um time é composto de líderes, homens bons, imbuído de sonhos e milhões de seguidores no seu elenco vitorioso.

‘No Cruzeiro, o brilho indissolúvel vem desse reforço indelével, presente no conjunto motriz’ – defendem os torcedores.

Ou melhor: “O erro é elemento imprescindível no curso terrestre. É pelo erro que conseguimos subir no topo do sucesso e… vencer! E ele só existe se for concebido no seleto insensível, com direito impiedoso de denegrir os justos” – dizem pretensos filósofos.

Correto? Pelo menos é reflexivo, devemos reconhecer, visto que é possível de ser menos utópico…

FIM

*João Carlos de Queiroz

 

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