SHOWDRÉ: poeta Antônio Sodré será homenageado
O show, que contará com exposição, sarau, performance, apresentações musicais, varal de poesia, entre outras coisas, terá o nome de Showdré, também em homenagem a um antigo projeto de Sodrézino – como era conhecido -, conforme o secretário de Estado de Cultura, Kleber Lima
Josiane Dalmagro | SEC-MT – A Secretaria de Estado de Cultura e um grupo de artistas voluntários irão realizar um tributo ao poeta, cantor e artista transversal Antônio Sodré, no dia 19 de fevereiro, na Casa Cuiabana. O assunto foi tratado durante reunião, na tarde desta sexta-feira (26.01), na sede da Secretaria de Estado de Cultura.
O show, que contará com exposição, sarau, performance, apresentações musicais, varal de poesia, entre outras coisas, terá o nome de Showdré, também em homenagem a um antigo projeto de Sodrézino – como era conhecido -, conforme o secretário de Estado de Cultura, Kleber Lima.
“Queremos, coletivamente homenagear o Sodrézinho e mostrar para as gerações futuras, que talvez não o conheçam, a importância que ele tem e teve, sobretudo na literatura, mas também no teatro e na música”, pontuou o secretário de Cultura.
O tributo terá amigos artistas que estiveram junto com Sodré, desde os tempos em que frequentava as salas de aula como aluno da UFMT, até seus últimos dias de vida, em uma justa homenagem voluntária por parte de todos, que deverá rememorar as diversas manifestações artísticas de Antônio, com seus livros, varais poéticos, recital, apresentação musical, memórias e, quiçá, o lançamento de uma obra inédita.
No Sarau será apresentada uma exposição, com textos, poesias, rascunhos, desenhos e os famosos caderninhos que Sodré costumava utilizar.
Também será apresentado um minidocumentário sobre a trajetória do poeta, com acervo pessoal e de amigos, depoimentos de artistas e familiares, produzido e realizado pela Secretária de Estado de Cultura.
Ramon Carlini se comprometeu em distribuir, no dia do evento, exemplares do livro “Poesia Necessária”, de autoria de Antônio Sodré, lançado pela editora Carlini & Caniato.
A secretaria também estuda a possibilidade de apoiar a edição de um livro que reúne poesias inéditas de Antônio Sodré.
Eduardo Ferreira, Amauri Lobo e Cristina Campos estiveram presentes na reunião e estarão a frente da organização das apresentações musicais, com canções compostas por Sodré, tanto de músicas solo, como de bandas em que o artista já esteve, entre as quais está a renomada e saudosa Caximir Bouquet.
“Me lembro desde a primeira vez que o vi, num evento sobre poesia marginal, ele estava recitando um poema e eu fiquei encantado de cara. Foi amor à primeira vista e um amor que durou mais de trinta anos. Eu briguei com a minha mulher muitas vezes, mas com ele eu nunca briguei”, disse Ferreira, relembrando o amigo.
A escritora e imortal da Academia Matogrossense de Letras, Cristina Campos, conta que conheceu Sodré no curso de letras nos anos 80 e o define como anjo torto. “Ele era muito espontâneo, aquilo que um Tom Zé é para a música brasileira, o Sodré seria para a poesia mato-grossense e brasileira também. A gente se divertira e aprontava muito. Somos de uma geração que se permitia e a arte tem muito disso”.
Já o publicitário e produtor cultural, Amauri Lobo, conta que Sodré era uma pessoa muito peculiar. “A gente chamava ele de Sudra, falava que ia consultar o oráculo, pois ele era assim, tinha umas coisas de culturas de todo o mundo que ninguém sabia de onde ele tirava. Se ele tinha dificuldade de publicar ele escrevia no caderninho, se ele não tinha estudado música ele compunha com as notas que ele criava no violão, então ele trazia essa espontaneidade. E ele era muito doce e leve, um passarinho”, relembra Lobo.
As artistas Mari Gemma de La Cruz e Bia Correia serão as responsáveis pela curadoria das obras apresentadas na exposição, que posteriormente deverá circular por alguns espaços da capital, como o Instituto de Linguagens da UFMT, amplamente frequentado por Sodré.
A declamação de poesia será organizada pela escritora e imortal da AML, Luciene Carvalho. Mas, claro, será, assim como o era nos áureos tempos do homenageado, aberta a todos que quiserem declamar algo do artista ou para ele, entre os quais deverão participar os professores da Universidade Federal, Roberto Boaventura e Aclyse de Mattos, também integrante da AML.
O Sarau receberá ainda a biblioteca móvel do incansável defensor do acesso a literatura, Clóvis de Mattos.
Outros artistas foram convidados, mas não puderam estar presentes, porém deverão participar da homenagem a Antônio Sodré, o poeta da transmutação.
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