Reforma da Previdência: governo quer massacrar trabalhadores do País
Por João Carlos de Queiroz, jornalista – Não se fala em outra coisa nos últimos dias em todos os segmentos de mídia brasileira: Reforma da Previdência. Um “blá-blá-blá” sem fim, com figuras grotescamente repetitivas e discursos não convincentes, revoltantes aos olhos de quem tem noção explícita dessa esforçada malandragem política. Representam, aliás, a minoria lúcida à parte de crédulos analfabetos políticos, que sempre elegem os leões que vão devorá-los de algum modo, mais à frente, quando os “bonzinhos” empreendem ofensivas congressistas e sepultam sonhos, muitos sonhos…
É complexo, convenhamos, tentar convencer os ingênuos/iludidos de que todo esse empenho governamental {em cima da Reforma da Previdência} vai incidir, no final, em miséria absoluta àqueles que nada têm, e em desmonte disfarçado da própria estrutura econômica do Brasil. Não se contabiliza reservas com maquiagem de retoque grotesco.Trata-se, sim, de contraste vivo ao que seletos economistas – em corrente dominó de cínico bom-senso – apregoam em defesa dessa mal-explicada medida. A dita urgência da aprovação, no caso, é em função de interesses espúrios do Planalto, ansioso por estabelecer fantasiosa folga de caixa à custa de quem já deu o próprio sangue em prol da Pátria de corruptos, ora entregue ao Deus-dará.
Melhor esclarecendo: querem que o pobre pague a conta dos ricos, e também a dos ladrões. A recente Reforma Trabalhista foi o trampolim inicial para saltos e evoluções massacrantes, de reverso inacreditáveis; e a da Previdência irá consolidar a guilhotina armada para a classe paupérrima da Nação.
Enfim, os congressistas estão que nem lobos, afoitos para estraçalhar carneirinhos indefesos. Têm apregoado cínico entusiasmo pela celeridade com que a força-tarefa do presidente Michel Temer conseguiu arregimentar número crescente de defensores da Reforma da Previdência. Sem rodeios, dizem que a previsão é de que ela seja votada e aprovada seguramente em 10 dias. Típica concessão de tempo para emplacar número confortável de votos a favor da destoante medida, já tachada de “Patinho Feio” da presente gestão (sem entrar no rol das denúncias da Procuradoria-Geral da União).
Só não explicam, aliás, os “bastidores da Reforma”, o dragão de gastos da União com a Previdência, em torno de 57%. Uma das disparidades está centralizada nos salários dos aposentados dos setores privado e público. O primeiro ganha em torno de R$ 1,3, e o segundo (público), R$ 19 mil. Se isso é legal, não se pode contestar evidente imoralidade…
Pode-se dizer que essa Reforma é uma lápide pronta para enterrar as esperanças brasileiras. O bloco maciço de apreensivos assalariados atuais – prestes a completar a idade em que poderia se aposentar dignamente – que o diga: houve um dia em que seus componentes sonharam trabalhar e, concluído o longo período de “direito à aposentadoria”, apenas descansar. O único trabalho seria mesmo ir ao banco ou a algum caixa eletrônico para sacar minguados proventos. Que, em tese, deveriam bancar despesas básicas de alimentação e moradia, somando-se as relacionadas à saúde. Nada de precisar recorrer (novamente) à labuta de bicos, em idade avançada. Mesmo porque o corpo e mente, já extenuados, sempre tendem a promover justificada recusa em situações semelhantes…
Em síntese, o presidente Michel Temer e seus aliados abastados, que jamais irão depender de aposentadoria, é fato, têm livre arbítrio insensato para corroer a segurança previdenciária. O pacote de medidas implícito na Reforma da Previdência, amparado em interesses eleitorais e respeitosamente em continência militar aos currais eleitorais, tem conotação de remédio amargo para o povo assalariado. Só que este não terá nenhum efeito benéfico, pois pode envenená-lo com mais pobreza e gigantesca desesperança…
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