Operadores de entretenimento recebem cestas básicas
Meta da campanha é fazer doação a esses profissionais em todo país Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Envolvida na cadeia do entretenimento, que sofreu impacto direto da pandemia do novo coronavírus, a empresa Alô Ingressos resolveu achar uma forma para ajudar a parte mais frágil dessa cadeia, que é a formada pelos técnicos que criam a operação de construção dos eventos, sejam eles pequenos, médios ou grandes. “E principalmente dos grandes, que ficaram sem trabalho praticamente da noite para o dia”, destacou hoje (22), em entrevista à Agência Brasil, o diretor-presidente da Alô Ingressos, Marcus Sacramento. Esses técnicos são profissionais de luz e som, cenografia, parte elétrica, cabeamento, carregadores, auxiliares de produção e palco, camareiros, seguranças, recepcionistas, baristas e controladores de acesso, entre outros.
Como a Alô Ingressos é, atualmente, uma das principais companhias de tíquetes do Brasil, com uma massa significativa de usuários para o mercado nacional, Sacramento resolveu colocar toda a máquina de vendas à disposição da campanha “Me contagia de Alegria”, que vai doar cestas básicas para esses profissionais do entretenimento, em todos os estados brasileiros.
O primeiro objetivo da campanha é trazer positividade. “Falarmos um pouco de coisas boas e descentralizarmos das questões da covid-19 que perpetua hoje a maioria das telas, em qualquer dos canais de comunicação. É positividade, não só no meio do setor de entretenimento, mas também para os usuários, que se sentem aflitos estando dentro de casas presos e, principalmente aqueles que já tinham perspectivas de comparecer a grandes eventos”. O segundo objetivo é mobilizar essas redes a favor dos operários, dos profissionais de eventos, disse o diretor-presidente da Alô Ingressos.
Plateia solidária
Foi criada então, dentro da plataforma da empresa, a campanha “Me contagia de Alegria”, onde qualquer pessoa pode comprar um ingresso, no valor de R$ 50, fazendo parte da “plateia solidária”. Esse ingresso é revertido na compra de cestas básicas que serão distribuídas nos estados por parceiros locais. “Estamos em contato com grandes produtores de cada estado para fazer os repasses, dividir igualmente toda a arrecadação e fazer as entregas com os parceiros que vão nos ajudar na logística, para fazer chegar nessa ponta a cesta básica para quem ficou sem trabalho”.
A campanha se estenderá até o próximo dia 30 de maio. A distribuição das cestas, entretanto, ocorre a cada semana, “aproveitando aquele ditado do Betinho (sociólogo Herbert de Souza, criador da organização não governamental (ONG) Ação da Cidadania), que diz que “a fome tem pressa”, observou Marcus Sacramento.
A chamada dos profissionais que vão receber as cestas é feita pelos parceiros logísticos por meio de uma listagem que contém nome e Cadastro de Pessoa Física (CPF) desses técnicos. Uma vez enviada a lista para a Alô Ingressos, a empresa faz o envio das cestas básicas para esses parceiros logísticos, onde os operários do entretenimento podem retirar as doações.
Cestas
Sacramento informou que considerando uma média semanal de arrecadação de mais de R$ 10 mil e o preço da cesta vendida pelo supermercado Carrefour, também parceiro na campanha, a R$ 50 a unidade, são distribuídas por semana 200 cestas. Por estado brasileiro, são, em média, 300 profissionais do setor do entretenimento a serem atendidos. “Nós vamos tentar atender com as doações o máximo de pessoas possível”, afirmou o diretor-presidente da Alô Ingressos. No final da campanha, a ideia é conferir se todos os profissionais listados receberam as cestas. Até o momento, entre oito e dez estados já receberam o dinheiro convertido em cestas básicas.
Cada cesta contém 15 itens: sal, feijão, arroz, fubá, óleo de soja, macarrão, farinha de mesa, farinha de trigo, extrato de tomate, goiabada, biscoito ‘cream cracker’, ervilha, café, sardinha e açúcar. “Quanto maior o volume arrecadado, mais a gente consegue baixar o preço. Era R$ 60 e já caiu para R$ 50”, disse Sacramento.
O ‘CEO” da Alô Ingressos revelou, ainda, que o bilhete comprado no “plateia solidária” não tem qualquer tipo de contrapartida. Ou seja, trata-se de uma doação que está sendo feita pelo usuário e não está vinculada à comercialização de shows futuros. A campanha foi lançada em parceria com a VCRP Brasil e a Casa de Vídeo. Para participar dessa “plateia solidária”, basta acessar o site e clicar no evento “Me Contagia de Alegria”.
Edição: Valéria Aguiar
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