Pandemia: MT despenca no ranking do isolamento social
O Estado é o único do país com índice abaixo dos 30% Secom-MT
Nesta quarta-feira (24.03), Mato Grosso é o pior Estado no ranking do isolamento social, medido pela Inloco. O índice chegou ao patamar de 29,96% no dia em que o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontou 95 mortes em 24 horas por conta da Covid-19.
O Estado é o único do país com índice abaixo dos 30%. Tocantins é o segundo pior, com 34%, e Rondônia está em terceiro, com 34,1%. Nas primeiras colocações, estão o Acre, com 50,6%; Pará, 45,5%; e Amapá, com 45%.
A diretora do Hospital Estadual Santa Casa e coordenadora do Centro de Triagem Covid-19, Patrícia Neves, conta que dos 50 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade, 44 estão ocupados por pacientes em estado grave da doença. O número representa 100% de ocupação da unidade, uma vez que os demais são leitos de retaguarda, ou seja, para pacientes que estão em enfermaria e podem precisar de internação na UTI.
Os leitos de enfermaria da Santa Casa estão com taxa de 76% de ocupação. Dos 65 pactuados na unidade, 47 estão com pacientes. Conforme o boletim da SES, em todo o Estado a taxa de ocupação de UTIs chegou a 98% e de enfermarias a 65%.
“Precisamos urgente que a população tenha consciência e cumpra o isolamento social e as medidas de biossegurança. O resultado dessa falta de consciência vejo todos os dias com o desespero de famílias na Santa Casa e a busca interminável pelo atendimento do Centro de Triagem”, afirmou Patrícia, destacando que quanto maior o contágio da doença, maior o número de pessoas que precisarão de internação.
O Estado já abriu, desde março do ano passado, 535 leitos de UTI, entre leitos próprios, pactuados e cofinanciados, exclusivos para a Covid-19. Porém, nesta quarta-feira, 190 pessoas estão na fila a espera de um leito de UTI.
“As pessoas também precisam entender que não é um problema de falta de recursos, mas de falta de profissionais. Os médicos, enfermeiros, técnicos, todos os profissionais que estão na linha de frente, estão cansados de lutar e o resultado não chegar. Estamos todos nessa batalha há um ano, perdemos muitos colegas. Não vamos desistir, mas precisamos que a população faça a parte que lhe cabe: fique em casa e se cuide!”, destacou Patrícia.
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