KC-390: o grande salto tecnológico da Embraer
Maior aeronave militar desenvolvida e produzida no Hemisfério Sul tem assinatura brasileira. O jato impressiona pela sua robusta aparência e performance arrojada
Nos meados dos anos 80, dizia-se que o Brasil poderia vir a produzir jatos “dentro em breve”. Muitos achavam que essas projeções da fabricante Embraer eram utópicas – jamais iriam acontecer. Na época, os brasileiros já se orgulhavam de ver os turboélices EMB – Bandeirantes cumprindo rotas domésticas. Inseria-se, nesse contexto, o EMB – Brasília, turboélice de maior envergadura.
Durante bom tempo, o Brasília foi considerado o ás do espaço aéreo brasileiro, transportando principalmente passageiros. O então presidente da Embraer, Ozires Silva, fazia questão de pilotá-lo frequentemente. Tornou-se garoto-propaganda desse avião.
Na mesma época, o veloz bimotor turboélice Xingu angariava idênticos elogios por quantos acompanhavam as evoluções da Embraer, ainda que a maioria da população ponderasse que a fabricante nacional já havia chegado ao limite de sua capacidade produtiva. Ledo engano: a Embraer continua a surpreender o mundo com aviões de qualidade excepcional, destronando fabricantes internacionais. Que o digam os pilotos da Azul, empresa que opera com frota quase exclusiva da Embraer, à exceção dos ATR.
No geral, as aeronaves Embraer oferecem extraordinário conforto e segurança, e são econômicas ao extremo. Os tripulantes afirmam que a “docilidade” de operação das máquinas Embraer surpreende quantos as operam, além de serem dotadas de alta tecnologia.
O fato é que, após tantos anos, a Embraer agigantou-se de forma respeitável, a ponto de chamar a atenção de grandes fabricantes mundiais, a exemplo da Boeing, que cobiça sua posse. Ano a ano, a Embraer decola serenamente com uma série de jatos comerciais de pequeno, médio e grande porte. Muitos desses aparelhos são utilizados por companhias nacionais e internacionais. O KC-390 já entrou nessa lista de respeitabilidade à produção aeronáutica em solo tupiniquim.
Por João Carlos de Queiroz, jornalista
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