Jornal do Norte: legado de jornalismo moderno

Parte 04

Acervo Américo Martins Filho

Enganam-se quantos imaginam que a história exitosa de fundação do Jornal do Norte se limitaria à comum vida terrena do empresário Américo Martins Filho, braço-direito do famoso matutino, extinguindo-se após seu passamento.

Afinal, emoldurar uma nova imprensa, estabelecendo avanços que se tornariam concreta ponte comunicadora, é um projeto que não pode simplesmente ser engavetado porque seu principal nome deixou de estar entre nós.

Américo significa a essência da revolução jornalística que Montes Claros ansiava e adotou há décadas, passando a ser referencial em várias partes do Estado e mesmo do País.

Sendo assim, Frederico Martins – filho de Américo e também empresário -, e que antes já auxiliava o pai na manutenção do acervo histórico do matutino, resolveu reconstruir os alicerces do Jornal do Norte em moldes identicamente avançados.

Atento ao ontem e hoje, Fred saiu em busca de inovações capazes de complementar a lacuna deixada pela demolição do velho casarão do jornal, que pertenceu à sua família por décadas. Readquiriu o novo imóvel construído em seu lugar, e já o prepara, via reformas, para receber roupagem de visual sintonizado à realidade do mundo da informática.

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O Acervo Américo Martins Filho terá, finalmente, uma sede condizente à sua importância no contexto dos sustentáculos que originaram o bom jornalismo ora praticado em todo o Norte de Minas Gerais, fruto fecundado pelo Jornal do Norte.

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Fred é ousado na descrição desse projeto, que contará, entre outras coisas, com o Museu do Automóvel, coleção herdada do pai, composta de modelos preciosos e raros no território brasileiro.

O futuro acervo já desfruta de imponência antes mesmo de abrir suas portas, em virtude da herança cultural impregnada em todo o espaço do antigo Jornal do Norte.

As atividades do novo prédio, adianta Fred, autor do inédito projeto cultural, centralizarão o conteúdo de trabalho do matutino e de quantos passaram por lá; jornal adotado pelo seu pai como um filho querido.

– É uma espécie de projeção em tempo real, capaz de resgatar fatos remotos. Trazer à baila, virtualmente falando, coisas que fizeram e fazem muito sentido para todos que amam a imprensa, carros e outros assuntos pertinentes à sociedade, como um todo – explica Fred.

O jovem empresário salienta ainda que forte emoção o assalta quando detalha alguma coisa acerca desse projeto em concepção. Diz ter consciência de quanto é primoroso e da sua repercussão.

– Parece que ainda escuto meu pai ditando ordens para que o jornal funcionasse direitinho, da forma desejada por ele. Muita dedicação amorosa pela imprensa, posso definir assim…

Segundo Fred, a ideia geral do projeto é primar pela simplicidade, apesar de aparentar muita complexidade, à primeira vista.

– O Acervo Américo Martins Filho será, antes de tudo, uma casa dos montes-clarenses, lugar receptivo a trabalhos que edifiquem ou melhorem propostas culturais, em âmbito coletivo. Estaremos lá para receber a todos. Ao desejar informações disso ou daquilo, basta acionar os mecanismos disponíveis, de alto avanço tecnológico.

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Em síntese, o velho casarão, revitalizado e com roupagem adequada às novas funções, reacenderá os méritos de que o Jornal do Norte não veio somente com a missão de inovar a imprensa mineira, mas também para trazer oportunidades distintas e reabrir as cortinas de novos espetáculos, diz Frederico.

– A mais bela peça teatral é fundamentada na realidade de fatos que emocionaram quantos compartilharam oportunidades similares. O futuro acervo pretende emoldurar apresentações do mesmo nível, capazes de provar que o amanhã é sempre melhor quando o ontem é lembrado com honrarias e de forma acessível – conclui.

João Carlos de Queiroz

 

 

 

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