Além de cães, que volta e meia surgem no Youtube salvando crianças e adultos, também um gato siamês protagonizou ação heroica ao impedir que um bebê despencasse escada abaixo. Se o atento gato não blindasse a passagem do inocente rumo à perigosa escadaria, o bebê poderia estar morto neste momento. O fato – registrado por câmeras de segurança – aconteceu no último sábado em Bogotá (Colômbia).
O vídeo Youtube mostra o exato momento em que o bebezinho Samuel engatinha inocentemente rumo à escada de 12 degraus, sempre observado pelo gato. Ao perceber o perigo, o bichano salta rápido da cadeira e se interpõe energicamente entre o pequenino e os degraus abaixo. Mesmo com corpinho reduzido, o gato consegue empurrar a criança para longe da escada. E ainda o impede de colidir com um móvel mais adiante.
Esse episódio me faz recordar dois momentos em que também fui salvo pela minha saudosa gata siamesa, cujo misterioso desaparecimento ainda acarreta muita tristeza. O primeiro salvamento aconteceu no transcurso de noite fria em Cuiabá (coisa rara), momento em que resolvi cochilar na sala próxima à cozinha para esperar o arroz secar. Extenuado, só não contava conciliar num sono profundo, e assim não percebi quando a água vazou e apagou a chama, intoxicando o apartamento de gás.
A gata siamesa percebeu todo o perigo na área, e prontamente mordiscou meu nariz para me acordar. Já despertei tossindo pelo forte odor de gás retido no ambiente (fechara todas as janelas por causa da baixa temperatura). Além de mordiscar, ela também correu aflita para a porta da cozinha, como se dissesse: “Está vazando gás!”.
De outra feita, a carinhosa siamesa ensaiou nervosa mordida {de aviso} no meu calcanhar quando conversava ao celular no térreo, após ter aberto uma garagem abandonada. A tal garagem era depósito de todo tipo de sucata, e eu estava curioso para averiguar a procedência de estranho barulho no seu interior, como efetivamente fiz. O barulho em questão era causado por pombos, aves infiltradas naquele ambiente pelo telhado quebrado.
Fechei a garagem e atendi o celular, passando a conversar no pátio do prédio. De costas para a garagem, não percebi que o pesadíssimo portão estava se desprendendo na parte de cima, e automaticamente iria cair em segundos…
Percebendo a minha desatenção, a gata mordiscou-me o calcanhar de surpresa (estava de chinelos), ainda ameaçando saltar nas minhas pernas se não saísse dali. Recuei espantado mais por reflexo, sem entender essa atitude hostil da bichana. Foi quando senti algo raspando forte e de maneira dolorida o meu braço, o portão…
Só pra se ter uma ideia, foram necessários três homens para arrastarem esse portão para um dos cantos do prédio, onde permanece até hoje.
Casos semelhantes reafirmam o que muitos de nós já sabemos: os animais também têm sentimentos altruístas, por vezes muito superiores aos da raça humana.
Por João Carlos de Queiroz
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