Hegemonia dos quenianos torna resultado da “Corrida de Reis” bem previsível. Venceram em ambas as categorias

Redação site – Não houve hoje (7) nenhuma novidade na realização da 34a. da “Corrida de Reis” em Cuiabá, uma das provas de rua mais famosas do País: os quenianos foram novamente soberanos em técnica e resistência, e venceram facilmente a disputada prova cuiabana, a maior do Estado. O primeiro lugar coube ao queniano Edwin Kipsang (com quatro vitórias na “Corrida de Reis”), seguido dos conterrâneos Maxsuell Kortek Rotich (segundo colocado) e Paul Kipkorir Kipkemoi (terceiro), diferença de segundos entre eles.

Já o brasileiro Giovani dos Santos, que quebrou a supremacia queniana na prova anterior, conquistando o primeiro lugar, ficou hoje em quarto. Outro brasileiro, Wendel Jerônimo de Souza, emplacou o 5º. Lugar. Pelo que sentiram na prova de hoje, essas colocações são excelentes. Os quenianos dispararam feito bólidos a partir da Ponte Sérgio Motta, mesmo debaixo de chuva torrencial, e nesse ritmo de segurança olímpica, cruzaram a faixa de vitória em frente à Praça das Bandeiras, na Avenida do C.P.A.

QUENIANAS – Na categoria feminina, mais uma vez o domínio africano, a cargo da queniana Paskalia Chepkorir, 29 anos, primeira vez que participa da prova. Só para se ter uma ideia, há 10 anos que nenhuma atleta brasileira consegue vencer a “Corrida de Reis”, títulos sempre em poder das quenianas. Somente a atleta Lucélia de Oliveira Peres venceu a prova em 2007, prevalecendo, desde então, o domínio absoluto de pódio das quenianas. Nenhuma surpresa aí…

Outra queniana, Esther Chesang, ficou hoje em segundo lugar, e a terceira colocação na prova coube a Mestawut Fikir Trunet, da Etiópia, de apenas 17 anos. Ela logrou conquistar o 9º Lugar na São Silvestre.

Com tantos nomes quenianos constando nos resultados oficiais da “Corrida de Reis”  (e em outras), é realmente desmotivador para o(a)s atletas do nosso país e respectivas torcidas saber que as chances de levar o título de campeão em disputas semelhantes são remotas, pois as competidoras africanas geralmente dominam o pódio. No caso da “Corrida de Reis”, permanecem invictas há 11 edições.

O segredo dos quenianos é que eles treinam, e treinam muito. Sem contar as próprias dificuldades que enfrentam nas suas origens, quando são praticamente obrigados a desenvolver resistência extra até para sobreviver, desde criança. Mesma resistência demonstrada nas provas que participam no Brasil e mundo afora.

Deve ser salientado também que nem tudo são flores para nossos atletas (ambas as categorias), a exemplo de Jessica, 26 anos, ex-jogadora de futsal, prática esportiva que abandonou por falta de apoio. Suas palavras: “Ou treinava ou batalhava para garantir comida em casa”. Jessica ficou hoje em quarto lugar. Ela reconhece que o rendimento dos atletas quenianos é claramente superior ao dos brasileiros. Geovani é outro exemplo de superação, e sua vitória anterior pode ser creditada como fenômeno.

Deve ser aplaudida, por justiça, a persistência de quem ficou horas a fio sob chuva e temperatura fria, apenas para ver os quenianos dispararem firmes rumo à vitória, apesar de essa corrida contar com representantes de 17 estados brasileiros e países. Mas dá gosto assistir como voam em passadas longas e determinadas…

Os quenianos, pelo que temos acompanhado há tempos, são atletas quase imbatíveis, e, na previsão de especialistas da área, talvez não venham a ser superados nunca, apesar de – outra previsão – os brasileiros conseguirem assimilar parte de suas técnicas de competição.

Enfim, parabéns aos organizadores da prova, à TVCA e parceiros institucionais, competição que abrangeu um percurso longo, 10 quilômetros entre a Ponte Sérgio Motta e a Praça das Bandeiras. Devemos aplaudir, ainda, a consagração de repetida dobradinha queniana nas categorias masculina e feminina, pois os atletas campeões realmente fizeram por merecer a vitória, literalmente suando a camisa.

Afinal de contas, o “gás” extra que sempre demonstram em competições não circula ainda nas veias dos atletas brasileiros, infelizmente. Não com tanta oxigenação de fôlego vitorioso.

 

 

 

 

 

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