Há seis meses no mercado mato-grossense, empresa busca apoio do governo para expansão
A princípio, o etanol é para combustível, mas empresários já pensam na utilização dele para outros fins, como o etanol químico
Eliana Bess | Gcom/MT – O governador Pedro Taques recebeu representantes da empresa de FS Bionergia, instalada em Lucas do Rio Verde desde agosto de 2017, interessada em expandir a estrutura e aumentar a capacidade de produção. Outro objetivo da empresa é lançar produto novo, o plástico biodegradável a partir do milho. A concretização da iniciativa vai gerar até 30% a mais de empregos que os números atuais, com investimentos de mais de R$ 400 milhões, totalizando cerca de R$ 800 milhões em investimentos em menos de um ano de atuação. As discussões aconteceram no Palácio Paiaguás, com a presença do presidente da FS Bionergia, Henrique Ubrig e Marino Franz, sócio da empresa.
“Existe o potencial de milho em Mato Grosso, a FS é uma empresa líder na produção de etanol de milho, 100% milho. Tivemos os nossos primeiros seis meses com muito sucesso e hoje estamos produzindo em plena capacidade exportando ou vendendo para 10 estados brasileiros”, revelou Henrique.
A princípio o etanol é para combustível, mas os empresários estão pensando em outros usos, que um deles poderá ser o etanol químico. “Hoje nós estamos entrando nesse mundo da química de produtos biológicos. E concretamente o etanol já vem sendo usado no Brasil para se fazer plástico biodegradável. Já existe empresa importante e conhecida que consome. É claro que vem tanto da parte da cana como de etanol de milho. O nosso interesse é particularmente no etanol de milho”, destacou o presidente.
O governador Pedro Taques, acreditando que em 10 anos Mato Grosso pode se transformar num país como a Califórnia, inclusive em tecnologia, fez algumas pontuações. “Para que se torne uma Califórnia, nós precisamos entender que as forças que vocês trouxeram até aqui não são as mesmas que vão levar no futuro. Então, nós precisamos resolver questões do conhecimento, trazer pessoas como o senhor (se dirigindo ao presidente da FS Bionergia) que conheçam como funciona para que possam nos ajudar”, frisou o governador.
Diante disso, solicitou a Marino Franz, que haja uma preparação para, especialmente por que em nível de estado, as coisas são burocráticas se comparada a iniciativa privada. E sugeriu o envolvimento das Secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e de Meio Ambiente (Sema) e a Casa Civil para aturarem na interlocução dos trabalhos.
“Estivemos na China há cerca de 60 dias e desde então já recebemos sete delegações chinesas no Estado. Existe potencial no mercado internacional e metade da população do mundo vai estar entre a China, Índia e Indonésia em pouco tempo. Como o Estado é burocrático, preciso que você nos ajude, nos traga essas ideias do negócio, apontando o que precisam e aí nós vamos pra frente”, frisou o governador.
Ao final da reunião, otimista, Henrique Ubrig, disse que o governador Pedro Taques é um visionário, que apoia muito todo esse esforço de agregação de valor. “Nós achamos que o etanol de milho já agrega importante valor na produção do milho. Por que tem outros produtos além do etanol, como o farelo e assim por diante. E a química dos plásticos biodegradáveis será uma etapa adicional à produção do etanol. Então, ele já nos apoia e quer já ter um grupo de trabalho envolvido nisso para pesquisar, investigar e verificar se isso é possível de se ter uma unidade em Mato Grosso”, declarou.
O secretário da Casa Civil Max Russi acompanhou as tratativas.
Mercado
A FS Bionergia produz em média 20 milhões litros de etanol por mês, o que dá aproximadamente 240 milhões litros/ano. Com a duplicação da estrutura, chegará a 500 milhões litros/ano.
Atualmente opera com 170 funcionários distribuídos em todas as áreas comercial, administrativa, industrial, além de mais de 1.000 indiretos contabilizando os que participam da obra de construção e os terceirizados.
“Com a expansão deveremos pelo menos, aumentar até 30% do que temos hoje”, afirmou Henrique Ubrig, ao informar que a pretensão é investir cerca de R$ 400 milhões, além dos R$ 450 que já foram investidos.
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