Fantasmas da Quaresma. Eles estão por aí, você acredita?

Por João Carlos de Queiroz Durante a Quaresma, período sacro, muita gente acredita que acontece uma espécie de “liberação” de quanto é alma-penada para sair andando e atazanando a vida de quem foge de coisas inexplicáveis.
 
Por alguma razão que ninguém ainda conseguiu explicar, o homem tem pavor de corpos humanos inanimados. Mesmo sabendo que ele próprio caminha para isso, em futuro incerto. Pois somente Deus tem a sabedoria de estipular “nossa hora” (morte).
 
Quando funcionário do extinto Banco de Crédito Real de Minas Gerais, em Montes Claros, vi de perto o pavor de uma colega bancária, vítima de leucemia. Em resumo, ela estava condenada à morte, depois de tentar tudo que foi possível.
 
Durante vários meses, assisti essa colega chorar copiosamente, cada dia mais fraca pela enfermidade. Já nem conseguia subir as escadas. Mas seu choro era de medo, pavor de algo que para todos nós é desconhecido, a morte.
 
Infelizmente, a foice letal não poupou essa querida companheira de labuta: faleceu menos de um ano e meio depois do nosso convívio fraterno. Recordo até hoje seu sorriso triste, a expressão de receio nos olhos ao falar do implacável destino imposto pela morte.
 
O fato é que, lendas à parte, os espíritos têm desenvoltura de trânsito durante todos os dias e horas do ano, não explicitamente apenas na Quaresma. Veem tudo e vão aonde desejam, independente de lugar, distância…
 
Fica aqui um breve recado: não adianta chorar antecipadamente por algo que não vivenciamos, porém presente o tempo inteiro. Viver significa delicada ligação com outra passagem sem retorno. Talvez Jesus consiga nos convencer de que é bom essa pretensa evolução…

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