Entrevista com Ivan: Seleção Brasileira, convocação nas nuvens e o sonho olímpico

Campeão com a Seleção Olímpica no Torneio Maurice Revello, goleiro retorna ao grupo após passagem inesquecível pela Principal

Assessoria CBF – Vestir a camisa da Seleção Brasileira é o sonho de nove entre dez jovens do nosso país. Não foi diferente com Ivan, que tem, pouco a pouco, transformado o sonho em realidade. Por isso que o ano de 2019 será para sempre lembrado com muito carinho pelo goleiro, que hoje defende a Seleção Olímpica.

Desde sua primeira convocação para o grupo que se prepara para o Pré-Olímpico, em maio deste ano, a carreira de Ivan se transformou. Brilhou na Europa com a Amarelinha, conheceu alguns de seus grandes ídolos, quebrou barreiras e ficou, quase que literalmente, nas nuvens com a convocação para a Seleção Principal.

Antes de entrar em campo nesta quinta-feira para enfrentar a Venezuela, o goleiro bateu um papo exclusivo com a CBF TV e recordou os momentos marcantes dos meses mais importantes de sua carreira.

Uma convocação nas alturas

O subtítulo acima poderia ser o nome de uma comédia pastelão de Sessão da Tarde, mas retrata bem o momento em que Ivan soube que estaria na Seleção Brasileira. O goleiro estava em modo avião, durante um de seus compromissos com a Ponte Preta, quando o comissário de bordo decidiu fazer um anúncio a todos os passageiros: “O goleiro Ivan Quaresma, da Ponte Preta, acabou de ser convocado para a Seleção Brasileira de Futebol”.

– É uma experiência única, que vou levar para o resto da minha carreira, com jogadores de alto nível. Eu acompanhava muito pela TV. Mas estar lá, no dia a dia, aprendendo bastante… Tenho certeza que vai somar muito para minha carreira e vou levar em frente aí por onde eu passar – disse Ivan.

Mas não foi só a convocação que deixou o arqueiro nas alturas. O contato diário com ídolos e grandes referências na posição também marcou muito a passagem dele pela Seleção Principal. Como preparador, o tetracampeão do mundo, Taffarel. Disputando posição com ele, Ederson, bicampeão inglês com o Manchester City, e Weverton, campeão olímpico com a Seleção.

– O Taffarel é um ídolo do Brasil todo, um cara que decidiu uma Copa do Mundo para a gente. Trabalhar com o Ederson, que é um dos melhores do mundo, o Weverton, que é campeão olímpico. Conversei bastante com eles, tentei aprender o máximo, porque eles têm muito para ensinar – lembrou.

Treino da Seleção Brasileira no Centro de treinamento do Miami Dolphins. Éderson e IvanIvan esteve com a Seleção Principal na última Data FIFA
Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Na hora do trote… deu branco!

Se dentro de campo Ivan viveu dias de aprendizado e vitórias pessoais, fora dele o goleiro protagonizou um momento nem tão glorioso. Escolhido para passar pelos famosos trotes da Seleção, feitos pelos estreantes no grupo, Ivan foi traído pela própria memória.

Na sua hora de subir na cadeira e responder perguntas, o goleiro cantou “Faz um Milagre em Mim”, de Régis Danese. Tudo ia bem até que, quando chegou o refrão, Ivan travou. E esqueceu completamente a sequência da música.

– Cantar não é bem minha praia, né? Eu sabia que o pessoal ia fazer o trote. Tinha ensaiada uma música antes (Tá Escrito, do Revelação), mas o Bruno Henrique subiu antes e cantou. Eu não mandou muito bem cantando, como vocês viram, aí acabei improvisando um louvor, que eu gostava muito e ouvia bastante. Fui cantando, mas lá você tem que cantar a música até o fim. Na hora mais fácil, deu branco e eu me perdi… Mas foi bem engraçado, pessoal gostou bastante.

Seleção Olímpica e o sonho de Tóquio 2020

Apesar de tudo que tem acontecido com a carreira de Ivan, o jovem goleiro quer manter os pés no chão. Em preparação para o Pré-Olímpico, que acontece no início do ano que vem, na Colômbia, ele sabe que precisa trabalhar muito para realizar o objetivo traçado no começo deste projeto: a medalha de ouro em Tóquio 2020.

Ídolo recente da Ponte Preta, foi o primeiro jogador do clube na Seleção Brasileira em 18 anos (o último havia sido o atacante Washington, em 2001). Grato à Macaca, ele sabe que só o trabalho duro em seu clube o manterá na Seleção Olímpica.

Nesta data FIFA, tem mais dois testes com a Seleção Olímpica, contra Venezuela e Japão, no Recife. Mais uma etapa em uma caminhada que começou na França, no meio do ano, no Torneio Maurice Revello. Um título conquistado graças a defesas de Ivan na disputa por pênaltis da final.

– É claro que a equipe ainda está em formação. Tivemos alguns jogos muito bons. O campeonato em Toulon foi muito importante para a gente, fizemos um grande torneio, fomos campeões. Mas sabemos que é só o começo. É manter os pés no chão, temos muita coisa para conquistar ainda. Sabemos que o grupo é muito bom, o professor (André) Jardine e todos os auxiliares são muito competentes. A gente espera melhorar a cada dia, cada treino, cada jogo, para o nosso objetivo visando a Olimpíada – concluiu.

Brasil venceu o Japão nos pênaltis por 5 a 4, após empate em 1 a 1 no tempo normal, e conquistou o Torneio Maurice Revello (antigo Torneio de Toulon) de forma invictaIvan durante o Torneio Maurice Revello, na França
Créditos: Fernando Torres / CBF

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