Delegacia fará simulação da morte de criança por bala perdida
Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro – A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) deve realizar, nesta quarta-feira (15), uma reprodução simulada das circunstâncias da morte de Anna Carolina de Souza Neves, 8 anos, atingida no dia 9 por disparo de arma de fogo na comunidade Parque Esperança, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. De acordo com a família, Anna Carolina estava no sofá dentro de casa quando foi atingida por uma bala perdida.
Em nota, a DHBF informa que as investigações estão em andamento para esclarecer as circunstâncias da morte de Anna Carolina. “Diligências estão sendo realizadas e depoimentos sendo tomados. Os laudos periciais estão em análise e um projétil arrecadado foi encaminhado para a perícia. Na próxima quarta-feira, a especializada deve realizar uma reprodução simulada dos fatos”.
A realização da simulação depende, no entanto, de alguns fatores, entre eles, do tempo. As chuvas que ocorrem no Rio de Janeiro podem impedir a realização da reprodução simulada da morte.
Investigação
De acordo com a Polícia Militar, não havia operação do 39º Batalhão (Belford Roxo) na região, no momento da morte. De acordo com a corporação, policiais que patrulhavam a Avenida Joaquim da Costa Lima foram chamados por moradores para ajudar no socorro à menina.
Os PMs levaram Anna Carolina para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, e encaminharam o caso para a Delegacia de Homicídios. Segundo a direção do hospital estadual, Anna Carolina não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada do dia 10.
Anna Carolina é a primeira criança vítima de bala pedida em 2020, no Rio de Janeiro. Em 2019, pelo menos seis crianças e adolescente foram mortos por balas perdidas na cidade.
De acordo com a Plataforma Fogo Cruzado, que desde 2016 registra a incidência de violência armada na região metropolitada no Rio de Janeiro, em 2019 foram mapeados 68 tiroteios ou disparos de arma de fogo dentro de residências na Região Metropolitana do Rio, 79% a mais que em 2018, com 38 casos.
Ao todo, 95 pessoas foram baleadas em quintais, terraços e até dentro de casa. Dessas, 24 foram vítimas de balas perdidas. Do total de baleados, 74 morreram, sendo cinco as vítimas de balas perdidas.
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