Da Força, o Sabre: as capacidades bélicas da Força Aérea Brasileira
O Material Bélico da Aeronáutica está sempre presente em grandes exercícios operacionais, seja no emprego de armamentos terrestres ou ainda em procedimentos de segurança Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Gabrielle Varela Edição: Agência Força Aérea
Ao retornar para o Brasil depois da guerra, o Tenente-Coronel Especialista em Armamento Jorge da Silva Prado provou o motivo pelo qual, anos mais tarde, se tornaria o Patrono do Material Bélico da Aeronáutica. Por ele, ainda Tenente, foram introduzidos novos métodos de armazenagem de material bélico, de acordo com as tabelas internacionais de segregação de explosivos, modificando o sistema de ordens técnicas e estabelecendo nomenclaturas padronizadas, posteriormente adotadas pelas Forças Armadas Brasileiras.
Também sob a coordenação do Tenente-Coronel Prado, foram idealizadas as bombas incendiárias, produzidos os primeiros foguetes de aviação no Brasil e, junto a oficiais do Exército, foram desenvolvidos novos tipos de propelentes sólidos.
Como legado do Patrono, os Especialistas em Armamento cumprem as mais variadas missões com objetivo de atender às necessidades do Comando da Aeronáutica, como preparação de aeronaves, testes em artefatos bélicos, descontaminação de solos, manutenção de estandes de emprego aéreo e terrestre. Com suas principais formações especializadas nos cursos de Explosive Ordnance Disposal (EOD), neutralização de explosivos (CNDAEX) e manipulação de material de demolição (CMMAD), desempenham, com efeiciência, trabalhos de alto risco.
Atualmente, a FAB conta com a estrutura da Diretoria de Material Bélico (DIRMAB), subordinada ao Comando-Geral de Apoio (COMGAP), que realiza a gestão dos assuntos relativos ao Sistema de Material Aeronáutico e Bélico (SISMAB), no que concerne às funções logísticas de suprimento e de manutenção, com o propósito de prever e prover os materiais e serviços necessários ao preparo e ao emprego das aeronaves.
O Diretor da DIRMAB, Major-Brigadeiro do Ar Ramiro Kirsch Pinheiro, destacou o momento que o Material Bélico da Aeronáutica representa na atual conjuntura da FAB. “No contexto geopolítico de competição global e disputa constante de poder, o Material Bélico para a FAB é a lança capaz de garantir a soberania do espaço aéreo e a liberdade de ação do poder nacional”, afirmou.
Tanto os sistemas de armamento quanto os profissionais da especialidade devem estar em constante atualização e desenvolvimento, principalmente pela complexidade e alto custos dos sistemas mais modernos recentemente integrados em plataformas de combate.
Segundo o Chefe da Divisão de Material Bélico da Subdiretoria de Planejamento da DIRMAB, Tenente-Coronel Especialista em Armamento Carlos Alessandro Cardozo Pisete, a gestão dessa área tem muitos desafios e também exige muito esforço e altos investimentos na capacitação dos recursos humanos.
“Os maiores desafios desse setor são os oportunos assessoramentos relacionados ao suporte logístico dos Projetos Bélicos atuais e futuros, desde a concepção até a desativação, de maneira a garantir a condição de pronto emprego da FAB, sem desperdício de tempo, materiais e de recursos financeiros, assim como orientar, coordenar e supervisionar as atividades de armazenamento, distribuição, controle e utilização de material bélico dos 30 remotos e 258 operadores de material bélico do SISMAB nos mais longínquos rincões deste país”, destacou.
Avanços
A chegada das aeronaves de caça F-39 Gripen, desenvolvidas conjuntamente pelo Brasil e Suécia e projetadas para atuar em todos os cenários atuais de conflito, conta com o profissionalismo e vibração dos militares da área de Material Bélico, para o emprego da avançada tecnologia embarcada e de armamentos inteligentes.
Para o Major-Brigadeiro do Ar Ramiro, o futuro está repleto de boas expectativas e crescimento profissional aos profissionais do armamento. “A chegada do sistema Gripen, dotado dos mísseis Meteor e IRIST, aponta novos desafios para o Material Bélico na manutenção e operação do estado da arte em armamento aéreo. Quanto ao armamento terrestre, o arsenal de fuzis e pistolas estará em processo de substituição, com a introdução de novos sistemas adequados aos novos cenários enfrentados pela Infantaria da Aeronáutica”, concluiu o Diretor da DIRMAB.
Fotos: Capitão M Henrique, Soldado Takashi / BASP; Sargento Müller Marin / CECOMSAER; Soldado Bispo / BABR; DIRMAB
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