Arena Pantanal: elefante branco é o triste legado da Copa 2014. Manutenção desse “monstro de inutilidade” custa milhões mensais aos cofres públicos

Cerca de 92% dos projetos contratados com a empreiteira responsável pelas obras foram entregues, mas o restante resultou num impasse moroso, e isso tem levado à deterioração generalizada dos equipamentos, muitos já imprestáveis.

Redação Site – A Arena Pantanal é hoje o grande engodo esportivo de Mato Grosso, monumento de proporções suntuosas, porém condenado a sediar eternamente um dos símbolos aberrantes de desperdício do dinheiro público. Atenta ao fato, a Justiça já determinou que o Governo do Estado e a Construtora Mendes Júnior entrem num acordo para o término das obras, o que resultará na destinação dos setores inoperantes e sem serventia em algo útil à sociedade.

Cerca de 92% dos projetos contratados com a empreiteira foram entregues, mas o restante resultou num impasse moroso, e isso tem levado à deterioração generalizada dos equipamentos, muitos já imprestáveis. Alguns têm sido furtados por elementos do sistema prisional que integram as equipes de manutenção. Câmeras de vídeo flagraram detentos furtando televisores.

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AS EQUIPES MATO-GROSSENSES DE FUTEBOL NÃO LEVANTAM PÚBLICO QUE MINIMIZE OS GASTOS MILIONÁRIOS DE MANUTENÇÃO DA ARENA PANTANAL.  DIANTE DESSE FRACASSO, GOVERNO ESTUDA EMERGENCIAL UTILIDADE DAS DEPENDÊNCIAS VAZIAS E JÁ COM ASPECTO DE ABANDONO TOTAL..

Apenas a Escola da Arena, com cerca de 400 alunos, tem justificado esse monstro de inutilidade esportiva sediado na região do Verdão. Isso porque a manutenção do estádio custa milhões mensais ao Governo do Estado, recursos que poderiam ser investidos em projetos sociais, principalmente escolas e moradias. O montante bilionário gasto na construção da Arena seria suficiente para erguer milhares de casas populares e respectivas estruturas condizentes a comunidades habitacionais semelhantes, estruturadas com creches, escolas, parquinhos para crianças, quadras poliesportivas, etc.

Na época da demolição do antigo Estádio Governador José Fragelli, parte da sociedade mato-grossense, principalmente a cuiabana, protestou contra essa decisão, alegando que o correto seria reformar o estádio, não demoli-lo por completo para construir um novo. Mas o então governo tinha resolvido que a Arena ocuparia seu espaço, pois ali foi visualizado um reduto de lucro corrupto bilionário, como efetivamente a Justiça comprovou.

“A voz do povo é a voz de Deus”, ditame popular recorrente. Mas, no caso da Arena Pantanal, ficou comprovado que tais palavras têm pleno fundamento. Como também ficou comprovado isso na implantação do sistema de transporte ferroviário empregado com êxito em algumas capitais, o Veículo Leve Sobre Trilhos. Outra obra faraônica que significa um tabefe arrogante na cara dos munícipes, pois também envolveu corrupção e consumiu bilhões. E sequer foi finalizada, tornando-se uma cicatriz horrenda no flanco das duas maiores cidades do Estado, Cuiabá e Várzea Grande.

Os trilhos do VLT são os únicos (em MT) em que qualquer pessoa pode dormir tranquilamente sobre eles, armando tendas, estrutura de churrasquinho e tudo o mais, sem correr risco de ser atropelado por composições ferroviárias.

Quanto à arena, o pisca-pisca intermitente de luzes multicoloridas, noite afora, quer alardear uma ilusória magnitude intergalática, espécie de nave de dimensões gigantescas que aterrissou majestosa no centro da capital mato-grossense. Essa é a intenção do governo que emprega tanto na sua manutenção, com gastos altíssimos de energia. Porém, aos olhos dos mais lúcidos, esse pipocar brilhante de luzes não comporta nenhuma beleza atrativa, pelo contrário: emoldura somente uma “nave” avariada para levantar qualquer tipo de voo empreendedor. Algo equivalente a outro tabefe público na sociedade, em geral.

 

 

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