Ampliar a rede de atendimento assistencial da Capital é um dos desafios do secretário Wilton Coelho

Em 2017, a pasta realizou mais de 40 mil atendimentos à população em situação de vulnerabilidade

Luciana Souza – Com uma vasta experiência em gestão pública, Wilton Coelho é formado em pedagogia e há 30 anos professor da rede municipal de ensino. Atuante em várias frentes de trabalhos, foi secretário de Assistência Social, Educação e Governo, vice-prefeito e duas vezes vereador por Várzea Grande, diretor de ensino da Secretaria de Educação municipal, militante nos Conselho Estadual de Educação, Dreito das Crianças e Adolescentes, superintendente de Gestão da Secretaria de Estado de Educação.

Wilton Coelho assumiu a Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano no início da gestão e junto com o prefeito Emanuel Pinheiro têm entre suas metas ampliar a rede de atendimento assistencial da Capital, melhorando a vida da população em situação de vulnerabilidade. Já neste ano, foram mais de 40 mil atendimentos, entre crianças, adolescentes, mulheres, idosos e moradores em situação de rua. O objetivo é dobrar o número de atendimentos a cada ano e buscar novos recursos, parcerias, para que mais pessoas sejam alcançadas e tenham qualidade de vida. À frente de mais de 60 unidades assistenciais, o secretário pontua os resultados alcançados neste primeiro ano de gestão.

1 – Qual o principal desafio que o senhor enfrentou neste primeiro ano à frente da Secretaria?

Nosso principal desafio quando assumimos a pasta foi com a questão do quadro de servidores. Hoje, trabalhamos muito aquém daquilo que representa as necessidades da nossa Secretaria, que é extremamente volumosa, com muitos trabalhos sendo desenvolvidos. Isso vem de heranças de gestões passadas, que não realizaram concursos. Quando tomamos posse, tivemos que “enxugar” os departamentos para que se pudesse pensar em um concurso. Por deteminaçõ do Prefeito Emanuel Pinheiro,  resolvemos os entraves e começamos a alinhar os projetos.  Agregado a isso, vem à questão da judicialização.  Todas as unidades estão judicializadas desde o ano de 2013, portanto, um dos desafios também está sendo isso: fazer um cronograma, mostrar para a justiça que nossa gestão está no inicio e que dentro dos quatro anos vamos cumprir as exigências, com relação, por exemplo, das reformas das unidades.

2 –  Diante  desses desafios, o  que o senhor classifica como resultado positivo e, qual a expectativa para 2018?

Mesmo diante dos entraves jurídicos, conseguimos cumprir muitos ajustes e melhorar nossos serviços de assistência social. Instalamos duas casas lares, um abrigo para adolescente, mais uma unidade do Projeto Siminina, um Cras totalmente revitalizado e mais duas unidades com obras em execução, e chegamos a mais de 40 mil atendimentos, entre crianças, adolescentes, mulheres, idosos e moradores em situação de rua. Já para o próximo ano, o objetivo, determinado pelo prefeito Emanuel Pinheiro, é que possamos fazer um teste seletivo e adiante, um concurso público, para que nos próximos anos e gestões tenhamos um quadro fechado de servidores, evitando a rotatividade dos técnicos. Pois analisa bem: investimos na capacitação e depois não há uma continuidade do trabalho. Essa é uma das preocupações do nosso gestor atual, que se aplique menos soluções paliativas e mais permanentes, praticando uma politica de continuidade.

3– Como será possível ampliar os serviços oferecidos à população em 2018?

Nossa expectativa é que o governo federal, nosso grande parceiro, mantenha o orçamento para 2018. Somos uma Secretaria que funciona com recursos da Fonte 100, mas que depende muito dos repasses federais. Se mantivermos a mesma linha deste ano, vamos sustentar o que vem sendo desenvolvido e assim, conseguiremos mais tranquilidade para trabalharmos na ampliação de nossos projetos. Pra que isso acontece, temos que mostrar aos órgãos parceiros todas as melhorias já realizadas em um ano de gestão. Nosso objetivo é trazer mais unidades, com Cras e um Creas, ampliar o atendimento às pessoas idosos, construir um Centro Dia, que é um centro especial para o idoso passar o dia, ter o local para o descanso, atividades, agregando aos cinco  Centros de Convivência dos idosos, que já temos. Um grande desafio para melhorar o assistencialismo da Capital e transformar a vida de muitas pessoas.

4 – Dos projetos executados na pasta, qual o senhor destaca como o de melhor aceitação diante da população cuiabana?

As ações voltadas à pessoa idosa teve grande destaque este ano. Ampliamos os trabalhos, fizemos parcerias com o Conselho Municipal da pessoa idosa. Auxiliou-nos muito para isso, os recursos recebidos, este ano, oriundos do Fundo do Idoso, que foram adquiridos através do Imposto de Renda do ano anterior, marcando os investimentos à pessoa idosa, que há muitos anos não era realizado de forma tão abrangente. São mais de 1000 idosos cadastrados e ativos, recebendo atendimento. Essa parceria deu muito certo e esperamos dar continuidade a ela nos próximos anos. Fora isso, tivemos atividades para as crianças e  o programa de Fortalecimento de Vínculo melhorou bastante.

5 – Como o município buscará as parcerias para 2018?

Além das conveniadas que temos, é impossível o município cumprir todas as demandas com recursos próprios. Mas temos que ressaltar a importância da atuação das entidades, sem elas é impossível atender todas as demandas. Tivemos parcerias com o Ministério Público do Trabalho e conseguimos, por exemplo, fazer algumas reformas, cursos de capacitação, como o do primeiro emprego. O Ministério Público, mesmo sendo um órgão fiscalizador, fez parceria conosco e nos auxiliou com benefícios de extrema importância para o funcionamento da Secretaria. Vamos buscar em 2018 manter estas parcerias e buscar as novas, com as universidades, curso de pós-educação, também teremos o  Sesi e o Senac.

6-Diante da extensão que a Secretaria de Assistência alcança, atendendo um grande número de pessoas, como o senhor avalia o papel das mídias sociais neste contexto?

As mídias sociais tem um papel de extrema importância no âmbito da assistência. As ferramentas além de nos aproximar, ajudam as pessoas na busca de informações. Elas já chegam nas unidades sabendo de seus direitos e citando que obtiveram ciências deles, na maioria das vezes, pela internet. Quando temos mais interatividade, conseguimos atender mais resultados positivos. Conseguimos escutar os envolvidos no processo e geramos serviços de mais qualidade e atendimento à população.

7-No caso das demandas que são registradas pela Ouvidoria, como são tratadas ?

Os atendimentos da Ouvidoria da Assistência são realizados pela Central de Ouvidoria da Prefeitura de Cuiabá. Este ano não nos reportaram muitos registros, isso devido ao nosso trabalho nas unidades, onde realizamos assíduos treinamentos com os servidores, trabalhando as melhores maneiras de receber essas demandas e tratá-las, evitando que elas tomem uma proporção maior. Notamos que o comportamento da população vem mudando. Quando tem alguma demanda ou até mesmo reclamação, o reclamante é orientado e já se dirige a alguma unidade de atendimento, como o Cras, para saná-las. Isso está nos rendendo bons resultados, com a população mais satisfeita.

A Secretaria de Assistência tem um papel muito importante na transformação de vidas. Influenciamos direta e indiretamente, no cotidiano dos mais carentes, pois é a partir dos programas sociais que gerimos, que eles têm a possibilidade de mudanças.  O desejo do meu coração e de toda equipe, junto com o prefeito Emanuel Pinheiro, é que consigamos alcançar cada dia mais essas pessoas, que elas possam usufruir de seus direitos. Eu sempre falo para os servidores sobre a importância do bom atendimento, porque essas pessoas são carentes, na maioria, de amor e de atenção. Muitas vezes, não conseguimos resolver de imediato os problemas, mas só o fato de elas serem acolhidas, já se sentem melhor. A população pode ter a certeza que vamos trabalhar por uma Cuiabá melhor, mais digna.

Comentários estão fechados.