Jan Freitas é um goiano emblemático, artista de convicto sucesso em Mato Grosso e Goiás, detentor de forte carisma pessoal e nos palcos. Diz não ter nenhum segredo para comandar qualquer empreitada de sucesso musical durante sua jornada profissional, “pois a música é soberana, totalmente independente. Ela dita as regras que irradiam luzes felizes em cada pessoa e em cada lar. O ideal é permitir que a música nos comande, não o contrário”, afirma.
As características de bom cidadão do músico ficam evidenciadas a partir de um papo simples, quando mais qualidades eclodem espontaneamente. “Gosto de gente, de pessoas, respeitando suas ideias, crenças, etc. Enfim, interajo com elas naturalmente. É notório que todo semelhante se associa à irmandade concedida pelo Criador”, explica sério. Diz isso para então efetuar brusca pausa no dedilhar exímio do lustroso violão, irradiando silêncio mordaz na musicalidade esplêndida do nobre instrumento, até há pouco se propagando soberana no ambiente.
Muitos se quedam, perplexos, diante dessa interrupção repentina de voz e acordes do afinado violão. Jan distribui plácido sorriso por segundos intrigantes, frisando agir assim para melhor externar o quanto preza o ser humano, principalmente o convívio diário com todos, sem distinção. “Se você ama a vida, ama a todos os irmãos da Terra. Somos um só, uniformemente, mesmo que os laços se rompam por elos indecifráveis ou mesmo por conflitos que poderiam ser resolvidos pela PAZ”, pontua.
Jan Freitas rememorou que sua vida sempre teve altos e baixos, fato comum no dia a dia do mundo artístico e mesmo de outras categorias, observa tranquilo. Deixa claro, no entanto, ser propenso a prospectar horizontes de amplitude vitoriosa, cônscio de que o desânimo é alicerce de desmonte de quaisquer projetos futuros, em busca de espaços realizadores.
“Se você for desanimar por esse ou aquele tombo, aí pode desistir de tudo. Já tive dias ruins, mas também outros gloriosos. Aliás, esses últimos têm se sobressaído ultimamente. Minha família, devo ressaltar, sempre esteve a meu lado o tempo todo, de forma incondicional. Tem sido a principal catapulta para me levar a pontos imaginários de postos humanos até então sonhados, robustecendo o meu “eu” em todos os sentidos. Família, no meu entendimento, é força descomunal para qualquer pessoa sobrepujar os solavancos mundanos que insistam em abater seu otimismo e confiança…”
“Violão é parte do meu corpo. Sinto-me literalmente “desarmado”, sem ele”
Com tantas conclusões e lições de vida, o semblante receptivo do renomado músico goiano imprime curiosa linha meditativa no apanhado geral que costuma fazer nos ambientes por onde ingressa. A tiracolo, o inseparável amigo violão. “Com ele {violão} é que ganho a vida, pois é parceiro confiável de todas as horas. Diria até mais: nas viagens proporcionadas pela música, ganho indescritível motivação para lutar pelo bem existencial próprio e daqueles que dependem de mim. A música possui essa magia; é preciosidade palpável aos olhos da sensibilidade”.
Sobre a pandemia: Jan disse que esse momento requer séria reflexão para saber quais são os planos do Universo em relação ao planeta e aos seus habitantes. “Pela gravidade do que vivenciamos, não é hora de apontar o dedo para esse ou aquele culpado. A meu ver, antes da ação do homem, existe a ação da natureza. A disseminação do vírus parece ter endereço certo: o ser humano. Não temos ouvido falar de morte de animais pelo novo coronavírus, ainda que cientistas atribuam existir esta possibilidade. É algo curioso, merecedor de estudos, sem dúvida”.
Também direcionou recado a todos os colegas artistas para que tenham paciência confiante em Deus. “Vamos superar mais essa batalha, sem dúvida. O invisível inimigo é poderoso, mas não terá forças para combalir a de Deus. Sei que muitos colegas têm sofrido perdas familiares, de amigos, prejuízos financeiros, e que também enfrentam desalento progressivo pela indagação de quando isso tudo terá fim, ou se terá. Confiar no Pai é fundamental para que nenhum mal avance sobre nossas vidas e sonhos. Eu confio!”
Por João Carlos de Queiroz, jornalista Mtb 381.18-MT