Venezuela: mais de 1,2 mil presos protestam por falta de alimentos. “Querem nos matar de fome”, denunciam

Regime do presidente Maduro já afeta o fornecimento regular de refeições no sistema penitenciário da Venezuela. Os presos passam fome

Por RTP*  Caracas – A organização não governamental (ONG) Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) denunciou hoje (12) que mais de 1,2 mil detidos no centro penintenciário da região capital Rodeo III, a leste de Caracas, iniciaram protesto devido à falta de alimentos.

Os presos estão “há dias bebendo água com sabor de feijão” e enviaram “vídeos e fotografias para provar” que tipo de alimento recebem e “as condições em que se encontram”, informou a ONG em mensagem no Twitter.

“A má alimentação que os presos de Rodeo III recebem causou uma considerável perda de peso e deixou muitos subnutridos”, acrescentou.

O OVP denunciou ainda que um grupo de presos decidiu reclamar o direito à alimentação e foi agredido por funcionários do Grupo de Resposta Imediata e Custódia (GRIC), do Ministério do Serviço Penitenciário venezuelano.

“Alguns detidos foram feridos com balas de borracha, mas mesmo assim decidiram não ficar calados e durante a noite começaram uma greve de fome de protesto”, afirmou a ONG.

O observatório acrescentou que as tentativas dos presos de falar com a direção da prisão ficaram sem resposta.

Em um dos vídeos divulgados, um detido, com o corpo coberto por temer represálias, disse que a direção da prisão não quer que a situação seja mostrada. “Estão nos matando de fome”, alertou.

Os presos exigem das autoridades penitenciárias que autorizem familiares a levar alimentos, garantam cuidados médicos e resolvam a situação de alguns detidos que “já cumpriram a sentença, mas continuam na prisão”, de acordo com o OVP.

*Emissora pública de televisão de Portugal

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