Velório de suíno em MG. E aconteceu em pleno Natal!

Uma ceia natalina não concluída em Belo Horizonte, pois não motivou o apetite de nenhum convidado, pelo contrário: a maioria expurgou o almoço em franco alvoroço das tripas à visão estranhíssima do "banquete" ofertado: um porco dentro de caixão funerário, devidamente ornamentado com flores e velas ao redor...

Para ela, não importa se alguns inocentes de quatro patas, ou apenas de duas, pertencem à categoria de principal ingrediente gastronômico dos brasileiros, a exemplo de suínos, bovinos e perus, massacrados por dentes humanos em datas cotidianas e, em maior escala, nas especiais (Natal e Ano Novo).

Alexandrina Maria Gomes, nome da minha amiga, uma das integrantes da Sociedade Metropolitana Protetora dos Animais, diz nem saber o porquê de defender tanto os animais, considerando essa sua postura uma atribuição de Deus.  Ela considera os animais seres superiores ao próprio homem, que qualifica de “bicho irracional”, pois é quem tortura e mata, sem piedade, seus irmãos de formato e linguajar diferentes, cita. “O homem mata até seus próprios semelhantes, incluindo pai, mãe, filhos”.

Foi ela quem me contou sobre a estranha ceia natalina que assistiu em Belo Horizonte, organizada por outros simpatizantes dos animais. Pediu para não citar nomes, em virtude do impacto que o evento causou à época, indignando uns e sendo aplaudido por outros. Mas o objetivo foi esse mesmo: impactar, confirmou. “Uma forma de chamar a atenção das pessoas para as covardias que os animais sofrem todos os dias, martirizados e assassinados até mesmo por diversão”.

O grupo de protetores de animais distribuiu convites para uma ceia natalina, anunciando que o cardápio seria porco (suíno). Nenhum dos convidados imaginou que, na verdade, iria se deparar com um velório suíno, como efetivamente aconteceu. O porquinho jazia todo enfeitado de flores numa pequena urna funerária, no meio da sala de jantar. Duas mulheres desmaiaram, e outros convivas, de ambos os sexos, vomitaram, enquanto a dona da casa instruía para que se servissem. A debandada foi geral…

Segundo os ativistas atuais, é preciso que as pessoas parem de olhar os animais apenas pensando em devorá-los. O corpo humano, explicam, mantém fibras dos pequenos e grandes defuntos (suínos, bovinos) por mais de 60 dias, tornando-se, assim, cemitérios ambulantes.

Ainda defenderam a inteligência e arsenal de sentimentos nobres que os animais possuem, enumerando fatos em que vários deles, de todas as raças, salvaram o homem da morte, e a extrema proteção de machos e fêmeas direcionada às crianças, evidência clara do quanto os animais entendem a plenitude da vida na sua essência, sem distinções, e a inocência frágil dos pequeninos.

Eles dizem, revoltados, que o massacre de bebês suínos, por ocasião do Natal e Ano Novo, é uma das aberrações humanas que contradizem os mandamentos divinos. Aí também se incluem outros bichos, imolados por conta de torpes motivações festivas: bodes, carneiros, coelhos, etc…  E sofrem duplamente os animais que representam times de futebol. Quando as equipes perdem, eles padecem. Em Belo Horizonte, galos são despedaçados vivos pela torcida furiosa com eventuais derrotas…

Decididamente, a “ceia velório” que os amigos de Alexandrina Maria Gomes realizaram há anos, ainda hoje lembrada no Natal nos grupos ecológicos da capital mineira, não é motivadora do menor apetite…

(Foto Yotube)