Toda terça e quinta a movimentação na sede da Administração Regional do Cristo Rei começa ainda mais cedo. É dia do projeto ‘Pão e Leite é Vida’, que atende a quase 400 famílias carentes da região. Por meio de uma ação conjunta entre a secretaria municipal de Assistência Social e a Administração Regional, a prefeitura de Várzea Grande reduz a vulnerabilidade de famílias, ao ofertar duas vezes na semana kits com pães e bebida láctea (iogurte) para crianças, idosos e portadores de necessidades especiais.
“Nesse mês estamos atendendo 387 famílias. São quase duas mil unidades de pães por semana e vemos que para quem é de fato carente, a certeza de uma café da manhã faz a diferença na rotina das famílias”, explica a coordenadora do projeto ´Pão e Leite’, Valdete Flores. Mas ela mesma faz questão de dizer que o acolhimento e o atendimento a essas famílias vão além da entrega do pão. “Como estamos nos bairros e em contato direto com a população mais carente, podemos detectar necessidades que extrapolam a demanda pelo nosso projeto, como atendimento de saúde, encaminhamento para oficinas, cadastro aos programas do governo federal, pré-natal e atividades extracurriculares para crianças e jovens. O ‘Pão e Leite’ na verdade consolida uma rede de assistência social que a prefeitura de Várzea Grande oferta às pessoas, integrando ações e o atendimento, ou seja, ações e serviços que chegam aonde têm de chegar e impactam diretamente na vida de quem mais precisa”.
Com o reinício das atividades da Administração Regional do Cristo Rei, em 2019, oficinas voltam a ser ofertadas e se revelam uma oportunidade de aprendizado e geração de renda aos beneficiados pelo ‘Pão e Leite’. “Estamos divulgando nesses nove bairros em especial – devido ao nível de carência – que as inscrições para as oficinas estão abertas e vamos dispor de panificação, corte e costura, bordado e cabeleireiro. Essas oficinas estimulam a independência das pessoas, especialmente das mulheres que podem, por meio do conhecimento adquirido contribuir com o orçamento doméstico”. Como reforça Valdete, o objetivo da rede de proteção socioassistencial do Município é melhorar a vida de famílias em condição vulnerável, criando e ofertando oportunidades.
Maria Hélia Alves, responsável pela oficina de cabeleireiro, conta que não tem como não se envolver com o ‘Pão e Leite’. “Faz parte da minha rotina chegar mais cedo às terças e quintas para ajudar na distribuição dos alimentos e participar da entrega. É contagiante integrar uma ação como essa”.
Na ponta, o resultado do projeto aparece exatamente como a Valdete destacou: indo além da simples entrega de alimentos. Edvanil e Enedina Miranda, moradoras da Lagoa do Jacaré, são beneficiadas pelo ‘Pão e Leite’ e se inscreveram para participar da primeira turma de 2019 da oficina de panificação. “Eu realmente quero aprender, primeiro para melhorar a alimentação das minhas crianças e depois, se possível, aprender para vender alguma coisa na vizinhança”.
A mãe dela, dona Enedina, também vai se capacitar e foi beneficiada pelo projeto nesse ano, por ser idosa. Edvanil tem as três crianças cadastradas no projeto e conta que ele ajuda muito na rotina doméstica. “Antes, sem o ‘Pão e Leite’, todo dia eu me perguntava o que ia dar de café da manhã para crianças. Agora sei que duas vezes na semana está garantindo”.
Os beneficiados não podem acumular quatro faltas seguidas, ou seja, se ausentar quatro vezes do dia da entrega dos alimentos. Quando não há justificativa, entendem-se como abandono e uma nova família é colocada no lugar. No entanto, a coordenadora explica que antes de uma família ser excluída há toda uma ‘investigação’ para saber o motivo das ausências. “As entregas dos pães são acompanhadas por técnicos da Pasta e ainda por profissionais como Assistente Social e Psicólogo. Esses estão capacitados para entender e avaliar o motivo da falta, que muitas vezes é provocada por doença em família, e nesses casos, não há exclusão”.
Nesse mês de janeiro, durante as entregas, as equipes do CRAS e da Assistência Social estão aproveitando para atualizar o cadastro, com o recadastramento das famílias.
Por: Secom/VG