Por Luiza Damé – Repórter da Agência Brasil – Brasília – O presidente Michel Temer receberá, ao meio-dia de hoje (11), o governador eleito de Roraima, Antonio Denarium, nomeado interventor no estado. Denarium vai apresentar ao presidente o plano de recuperação fiscal do estado e informações para subsidiar as ações do governo federal até o dia 31 de dezembro.
A intervenção federal em Roraima foi definida na última sexta-feira, em uma negociação com a governadora Suely Campos, afastada do cargo. No último sábado, os conselhos de Defesa Nacional e de Segurança Nacional aprovaram a intervenção federal em Roraima. O decreto, publicado ontem no Diário Oficial da União, teve urgência aprovada no plenário da Câmara e deverá ser votado nesta terça-feira.
Segundo Temer, a intervenção é a alternativa para “pacificar” a situação no estado. Agentes penitenciários do estado deixaram de trabalhar e policiais civis deflagraram paralisação de 72 horas em razão de meses de salários atrasados. Os policiais militares, que não podem fazer greve, receberam o apoio de suas esposas, que bloquearam as entrada e saída de batalhões como forma de protesto.
A intervenção federal no estado já havia sido pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em virtude do risco de rebeliões em unidades prisionais. No pedido, a PGR descreveu situações, baseadas em relatórios do Ministério Público, como falta de separação entre detentos de regimes aberto, semiaberto e fechado, atraso no pagamento de salários de agentes penitenciários, fornecimento de comida azeda e insuficiente aos presos e falta de combustível para transportar os presos para audiências.
Novo governo
Denarium está assumindo o comando do estado com 20 dias de antecedência. “Sigo trabalhando de forma incansável para que possamos dar a resposta positiva que todos os roraimenses esperam”, afirmou o governador, em nota publicada nas redes sociais.
Além das crises penitenciária e financeira, o estado enfrenta forte pressão social. Nos últimos anos, Roraima tem recebido grande número de venezuelanos. O fluxo migratório tem pressionado os serviços públicos, especialmente os sistemas de educação, saúde e segurança pública.