Servidores da Assistência Social de Cuiabá no combate ao Aedes aegypti

O último LIRAa apontou que a Capital está com risco de epidemia de dengue, zika vírus e principalmente a chikungunha

Oziane Rodrigues  – Representantes da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, dentre eles dos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS), Projeto Siminina, Centros de Convivência do Idoso (CCI) casas de amparo e albergues, foram capacitados na última semana para serem multiplicadores das ações de combate ao Aedes aegypti na Capital.

O objetivo principal da qualificação, que foi promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde e Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), é intensificar, através destes multiplicadores, a conscientização da população sobre situação de alto risco para transmissão e epidemia de dengue, zika vírus e, principalmente, da febre chikungunya, devido ao Índice de Infestação Predial (IIP) médio de Cuiabá, que está em 8,6% e mais 125 bairros com percentuais acima deste, que vão de 8,9% a 19,4%. Os números são considerados extremamente alarmantes uma vez que o satisfatório preconizado pelo Ministério da Saúde é menor que 1%, de 1% a 3,9% situação de alerta e acima de 3,9%, de risco.

“Embora estejamos desde o início da gestão Emanuel Pinheiro intensificando as ações de combate ao Aedes aegypti por meio do Comitê, os números do primeiro Levantamento de Índice Rápido de Infestação (LIRAa) deste ano, apontam que Cuiabá está em situação de alto risco  para a infestação. Isso porque 85% dos focos estão nas residências, sendo que a maioria delas com mais de um criadouro. Frente a isso, queremos conscientizar a população de que só venceremos essa guerra com intensificações conjuntas e a população tem fundamental papel neste processo”, frisou a técnica responsável pelo setor de Educação em Saúde da Diretoria de Vigilância em Saúde (Divisa), Celia Carvalho.

Segundo ela  a corresponsabilidade da população no combate ao Aedes também é pontuada pelo LIRAa, ao destacar que, dos focos encontrados exclusivamente nas residências, os criadouros estão concentrados em depósitos de água em nível de solo que encontram-se abertos, como por exemplo caixas d’água, tambores e demais recipientes, além de lixos e resíduos sólidos, como tampinhas de garrafa, latas velhas, cascas de ovo, sacos plásticos, vasilhas e calhas.

“Ambos destacaram-se como preferência das fêmeas para botar os ovos e proliferar a espécie, pois, em todos os bairros vistoriados pelo LIRAa os criadouros encontrados ou estavam 80% nos depósitos de água abertos, ou estavam no lixo, sendo que, quando um está em primeiro lugar o outro aparece em segundo”, completou a  técnica.

No ranking dos bairros mais preocupantes estão o Três Barras, Residencial Paraná, Nova Canaã 1ª, 2ª, e 3ª etapa, Colina Verde, Jardim Umuarama, Altos da Glória e 1º de Março, todos com  19,4%. Em segundo lugar, com 18%, estão o Jardim Ubatã, São Benedito, Coophamil, Jardim Beira Rio, Novo Terceiro, Santa Izabel, Jardim Araçá, Barra do Pari, Santa Amália e Canachuê. Diferente dos demais, que estão compostos por no mínimo oito bairros, o terceiro lugar com 17,4% é formado por apenas cinco comunidades, sendo Vista da Chapada, Voluntários da Pátria, Residencial Sonho Meu e Pedra 90 – 1ª e 2ª etapas.

As comunidades foram pontuadas pelo Agente de Combate à Endemia (ACE), Hélio Simião, que além de conduzir a palestra demonstrou na prática como 10 minutos por dia podem fazer a diferença no combate a este temido vetor. “Com os minutos cronometrados, percorremos o pátio da Secretaria de Assistência Social e encontramos copos descartáveis e outros lixos pequenos que podem servir de criadouro para o Aedes. Este trabalho já vem sendo feito na Vigilância e a lição que queremos deixar é que precisamos começar pelas nossas casas e que com apenas 10 minutos de vistoria por dia já conseguiremos eliminar os criadouros e avançar no combate ao vetor”, explicou o ACE.

De acordo com o secretário da Assistência Social, Wilton Coelho os 10 minutos, bem como o fortalecimento das atividades de conscientização por parte dos servidores da Assistência, farão parte da rotina da secretaria a partir de agora. “Não basta intensificarmos as ações de combate ao Aedes, é preciso que a população se conscientize e faça o dever de casa. Vimos na prática que 10 minutos por dia são suficientes para vistoriar o quintal, eliminar os focos e impedir que a proliferação do mosquito aconteça. Dessa forma, não apenas orientaremos a população quanto a isso por meio de nossos programas sociais, como também faremos uma vez por semana este dever em nossas casas e aqui na Secretaria. Essa guerra é de todos nós e trabalharemos incansavelmente para vencê-la”, finalizou o secretário.