Senador Flávio agradece a maciça votação de Bolsonaro

Conforme divulgado hoje (31) pela Agência Brasil, apenas o senador Flávio Bolsonaro, do PL-RJ, filho do presidente Jair Bolsonaro, manifestou-se publicamente para agradecer as dezenas de milhões de votos recebidos pelo pai, candidato derrotado por Lula à reeleição.

Flávio foi o único da família presidencial a se manifestar dessa forma. Os demais familiares, incluindo o próprio candidato derrotado, optaram pelo silêncio.

Mais uma vez, confirmou-se a indiferença extrema do chefe da Nação, que parece ignorar que faltou pouco para seu nome ser confirmado nas urnas em novo mandato presidencial.

Lamentável tal postura do presidente derrotado com seus esforçados apoiadores e eleitores potenciais. Porque, durante meses e meses, os bolsonaristas lutaram firmemente para potencializar nacionalmente o nome de Bolsonar.

Tornou-se comum, nessa inédita jornada bolsonarista, que pessoas avessas ao mito fossem descartadas do rol de amigos e até mesmo das famílias. O lema defendido: “Se não for Bolsonaro, você é meu inimigo”.

Não raramente, discórdias chegaram às vias de fato quando houve manifestações contrárias à candidatura de Bolsonaro. Houve ainda casos de homicídio, conforme foi veiculado pela mídia.

Enfim, os quase cinquenta milhões de votos recebidos por Bolsonaro, pelo visto, sintetizam olhar de desprezo geral do derrotado, como se quem votou nele tivesse culpa pelos milhões que votaram e elegeram Lula.

Ele se esquece de algo muito simples, porém importante: lá na frente, se acaso postular algum outro cargo político, ou quiser projetar nomes de sua preferência no cenário político eleitoral, certamente vai encontrar forte rejeição dos seus antigos apoiadores, ora tratados com descomunal descaso.

Meus sentimentos a quantos bolsonaristas suaram bravamente o corpo com as cores verde e amarela durante meses e meses, a fim de consolidar a reeleição do mito. Infelizmente, trabalharam por quem sequer conseguiu dizer hoje um “muito obrigado”.

Não ficaria espantado se dissesse estar magoado porque os bolsonaristas não se esforçaram o suficiente para reelegê-lo. A arrogância cega as pessoas.

Se essa lição mitológica não valeu  para quantos perderam horas e dias de suas vidas, lutando por um mito mal-agradecido, fica difícil imaginar qual seria outra experiência chocante. Muitos devem estar se sentindo espectros de total inutilidade no pós-eleição.