Se acontecer, paralisação dos servidores da Sema pode gerar efeito dominó de greve em MT

Indignados, servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente endossam decisão do Fórum Sindical de interromper os serviços a partir deste dia 12. Assunto está sendo amplamente discutido pelo Sintema e já tem aval da maioria dos integrantes do quadro funcional do órgão ambiental. A Sema é uma das Pastas mais respeitadas do governo mato-grossense

Os funcionários da Sema decidiram aprovar, por unanimidade, a pauta da última Assembleia Geral Extraordinária (01.02.2019), realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos da Carreira dos Profissionais do Meio Ambiente – SINTEMA. No encontro, eles deliberaram pela paralisação das atividades do órgão neste dia 12, juntamente com as demais categorias de servidores públicos do Executivo que se sentem pressionadas pelas últimas medidas governamentais.

O funcionalismo da Pasta ambiental se encontra trabalhando em “Estado Permanente de Greve”, posicionamento igualmente aprovado em Assembleia Geral, no último dia 16. Conforme a deliberação, os servidores permanecerão em posição de vigília e podem ser convocados a qualquer momento pelo sindicato, para ultimar decisões de enfoque coletivo à categoria. Dessa forma, é dispensável a publicação de novas convocações de assembleias.

Pelo impacto das últimas medidas governamentais, endossadas por parlamentares “amigos do rei”, somando-se aos atrasos e escalonamentos salariais impostos na atual gestão, entre outras perdas importantes registradas recentemente no rol do serviço público, as manifestações dos servidores estaduais ganharam notoriedade país afora. Também cooptam simpatia à causa da luta do funcionalismo de MT e crescente indignação (contra o governo) em setores distintos da sociedade.

Na análise de sindicalistas veteranos, testemunhas oculares de reviravoltas positivas e negativas perpetradas por governantes no quadro administrativo do Estado, nas últimas décadas, “a situação atual extrapola as piores expectativas que poderiam ser traçadas na substituição de gestores”. Ou seja: o novo governo enfiou os pés pelas mãos, errando feio ao mirar apenas a figura do servidor.

Ainda que a tônica de ações governamental esteja covardemente direcionada aos nobres colaboradores de Mato Grosso, legítimos construtores do Estado, o idealismo pelo serviço público resiste bravamente aos desmandos de frieza oriundos do Palácio Paiaguás.Os servidores afirmam existir união reflexiva pelo bem-estar de Mato Grosso e de quantos aqui vivem, apesar de externarem repúdio à forma como vêm sendo tratados pelo governador Mauro Mendes.

Também contestam a tese do novo gestor, de que MT está literalmente falido. Daí a necessidade dele {Mauro} querer obrigar o servidor a tomar contínuo remédio amargo. Argumento totalmente infundado, que se contrapõe aos excelentes percentuais de arrecadação do Estado, ano após ano.

Há quem diga inclusive que, enquanto o servidor estadual mato-grossense é obrigado a aceitar atrasos salariais, com perda injusta dos seus direitos e desvalorização ininterrupta, determinados graúdos financeiros do Estado passam ao largo de qualquer punição administrativa, em termos econômicos, blindados por um estranho protecionismo da atual gestão. Ou seja: o leite oficial pode ter sabores distintos, de fel e mel, perseguindo tenazmente um setor público e acobertando os demais.

Sema pode ser o carro-chefe de outras paralisações

Ao verem seus direitos ir para o ralo, fruto da conquista de longos anos de luta, é que os servidores da Secretaria de Meio Ambiente também resolveram partir para a greve, neste dia 12. A revolta da categoria reside no não pagamento da RGA (desde 2018), 13º do ano passado, parcelado em quatro vezes {para os que fazem aniversário em novembro e dezembro}, e o pagamento de salários atrasados em parcelas. São medidas que atingem com forte impacto os servidores da ativa e comprometem também os aposentados, em função da paridade.

No pacote que o governador enviou para aprovação à Assembleia Legislativa, está previsto o aumento na alíquota de contribuição previdenciária dos servidores, que poderá subir de 11% para 14%, e muitas outras medidas para acabar com o salário do servidor público. Outro duro golpe que pode minar o sustento de milhares de famílias mato-grossenses.

Enfim, nada a aplaudir neste início desastroso de governo. O então candidato ao governo Mauro Mendes, que prometia mundos e fundos na campanha, conseguiu a façanha de detonar sua antiga popularidade de bom gestor (à frente da Prefeitura de Cuiabá) em menos de 15 dias, após a posse no Paiaguás. Melhor acreditar na reviravolta desse estado calamitoso que ele criou e que transformou MT em mendigo.

Da Redação

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