Redação Site – Os gêmeos Werner e Wender da Silva Saldanha estavam mesmo entre os escombros do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na madrugada do último dia 1 de março, no Largo do Paissandu, em São Paulo: a confirmação de que as ossadas encontradas pelos bombeiros pertenciam às crianças foi confirmada neste sábado (12) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, após exames de DNA realizados no Instituto Médico Legal.
Por enquanto, o corpo da mãe dos meninos, Selma, ainda não foi localizado. As buscas por ela e mais três desaparecidos {desde o incêndio} prosseguem. Os bombeiros já descartaram a possibilidade de que possa haver alguém vivo no local, em face do tempo e das condições.
ATO DE HEROÍSMO – Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, 38, foi o primeiro a ser identificado. Ele quase foi resgatado pelos bombeiros na madrugada do dia 1 de maio). Ricardo chegou a salvar várias crianças no incêndio, momento em que o prédio desabou, soterrando-o em questão de segundos. Também foi confirmada a identificação dos restos mortais de Francisco Lemes Dantas, 56. Sua ex-mulher, Zenaide Melo Souza, foi quem registrou o desaparecimento, coincidente à data do incêndio e desabamento.
Das mais de 150 famílias que ocupavam os 10 primeiros andares do prédio, várias denunciaram que eram extorquidas e até ameaçadas quando atrasavam os pagamentos por lideranças do Movimento Sem Teto. Os valores eram estipulados conforme a dimensão e condições dos apartamentos. Os denunciados negam e dizem que é pura armação. Mas as vítimas já apresentaram recibos e áudios comprobatórios à Polícia. Num deles, recebem até ameaças: “Se não pagar até amanhã, bato na sua porta. Aí, já sabe…”
Quem não paga, afirmaram as vítimas, é obrigado a sair do imóvel, independente de ter crianças ou idosos sob seus cuidados. Eles qualificam essas cobranças de “máfia instituída de exploração”.
A Prefeitura de São Paulo vem prestando assistência às famílias, que se recusam a ir para abrigos, permanecendo acampadas no local da tragédia. Já foi distribuído cheques de auxílio emergencial, mas os desabrigados dizem que o suprimento financeiro não cobre sequer as despesas de qualquer aluguel, e como forma de pressionar a cessão de moradias, eles vão permanecer acampados.