A ecologista Stefania Rodrigues adotou um porco com mais de 200 quilos, integrando-o ao grupo de animais desamparados que abriga em casa, de raças distintas. A jovem batizou o novo morador de “Juvenal”, após salvá-lo de um cruel destino: matadouro. Ela assistiu quando o suíno gigante berrava ao ser arrastado pelas ruas, e suplicou para que pudesse comprá-lo. A proposta foi apoiada pelo seu marido, também testemunha dessa cena. Uma vaquinha de R$ 300 reais no Facebook foi levantada e se tornou a ponte de salvação do porcão, que agora tem residência fixa no mesmo endereço da ativista.
Em entrevista ao programa “Gente na TV”, da TV Jangadeiro, a ativista disse que já adotou até jumento. Afirmou não entender a frieza dos humanos, que ignoram os direitos dos animais, torturando-os por prazer sádico, além de matá-los e devorá-los. “Ingerir carne não faz parte da cadeia alimentar humana. Os homens não têm caninos pontiagudos, como a maioria dos animais (que os utilizam para retalhar suas presas). O que leva à conclusão: por natureza não são carnívoros e, consequentemente, não precisam comer carne. Infelizmente, o ser humano não se limita a matar os bichos, também é maldoso: adota técnicas de crueldade explícita nos abates”, comentou Rodrigues à porta emissora.
BANQUETES E BANQUETES…
Foi um final feliz para o porcão Juvenal. Porque, mundo afora, a carne suína é um dos principais pratos nos banquetes oficiais (Natal, Ano Novo, etc.). Sua carne é consumida diariamente também em vários países europeus e em extremos inóspitos do Planeta. Raríssimas pessoas têm uma percepção do quanto os suínos são dóceis e inteligentes, detentores de virtudes inerentes à própria raça humana. Os pobres são cobiçados apenas pela sua oferta gastronômica. Até maçã colocam na boca de bebês suínos estampados nas prateleiras de açougues, como se estivessem felizes de estar ali.
Com tanta fuzilaria perseguidora, em que são imolados friamente, independentemente de datas especiais, os suínos já provaram, por meio de testes científicos, algumas curiosidades que a maioria dos seres humanos nem tinha ideia: a) detêm inteligência fenomenal, com capacidade de cálculo de raciocínio matemático; b) sentimentos solidários: idênticos a cães, gatos, cavalos e tantos outros bichos, os rústicos esfrega-chão de chiqueiros reúnem virtudes incríveis, muitas ausentes ou falhas nos homens, os ditos “racionais”.
O importante é que a ativista que adotou Juvenal não está sozinha nessa luta: outros defensores de animais já montaram velório de suínos em praças públicas, no intuito de chamar a atenção do mundo para o que consideram atrocidade assassina imolá-los sob qualquer pretexto comemorativo. Naturalmente, os exemplos de solidariedade abrangem outras espécies de animais, incluindo bovinos, cães, gatos, equinos, caprinos, coelhos, perus e similares…
Nos países asiáticos, por exemplo, os cães substituem tradicionalmente a carne bovina e suína, sendo comercializados para abate. Nos restaurantes chineses, as famílias escolhem, pessoalmente, qual animal desejam almoçar. Alguns fazem questão de assistir, por meio de divisória de vidro, os animais serem descarnados e escaldados, ainda vivos…
Um dos vídeos mais chocantes, largamente exibido na internet, foi de um filhote canino tentando sair de uma panela de água fervente, enquanto o cozinheiro chinês, indiferente ao desespero do bichinho, forçava seu corpo pra dentro, utilizando uma colher gigante.
(Texto de João Carlos de Queiroz, com informações do Bol, em São Paulo)