Dia 29 de março marcou a comemoração de um dos principais destinos turísticos do Brasil, repleto de atrativos culturais, históricos e naturais que mantêm viva a memória da criação do Brasil e palco de belezas únicas. E para conhecer um pouco mais da magia de Salvador (BA), nada melhor que contar com a ajuda de um profissional acostumado a expor a visitantes os detalhes e curiosidades da Terra de Todos os Santos, como a capital baiana é conhecida.
O guia Jorge Oliveira (52), dono da agência ‘DeBoa’ turismo, atua na área desde 2005, dividindo a função com o trabalho de técnico de laboratório. Apaixonado pela história de Salvador, Oliveira recomenda começar o roteiro exatamente por locais que retratam a trajetória da cidade. Na lista, o Pelourinho, palco de rodas de capoeira, casas e igrejas que preservam a arquitetura colonial portuguesa, e o Porto da Barra, um dos berços da história da cidade.
O guia Jorge Oliveira apresentou alguns pontos da cidade. Crédito: Arquivo Pessoal
“Salvador foi fundada no lugar chamado hoje de Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. Mas no Porto da Barra existe a Pedra Fundamental e um painel em azulejo retratando a chegada do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza. Tomé de Souza saltou ali na Barra e saiu procurando o melhor lugar estrategicamente para defender a cidade. Aí, descobriu aquela montanha que hoje chamamos de Pelourinho”, conta Oliveira.
O pelourinho é um dos lugares mais visitados pelos turistas. Crédito: Márcio Filho/MTur
Depois, o percurso pode seguir pela Ladeira do Carmo, uma das regiões mais antigas da capital, ou o Elevador Lacerda, um dos símbolos de Salvador. “Na Ladeira, temos a Igreja do Santíssimo Sacramento, onde havia a devoção de Santa Bárbara. Por isso que ali foi rodado o filme ‘O Pagador de Promessas’. Também é possível descer o Elevador Lacerda e chegar ao Mercado Modelo e seguir até o Museu do Ritmo, onde o músico Carlinhos Brown faz os seus ensaios de verão”, relata.
O guia também indica um percurso alusivo a grandes artistas nascidos em Salvador ou que ‘adotaram’ a cidade. “O passeio inclui a casa de Vinicius de Moraes, em Itapuã; a Casa de Jorge Amado, onde ele viveu, no Rio Vermelho, e vamos também no Forte de Santa Maria, onde estão exemplares de um grande fotógrafo francês que viveu aqui, Pierre Verger, que se encantou com a Bahia, veio viver aqui e aqui fotografou o cotidiano da população”, conta.
Elevador Lacerda, um dos cartões-postais da cidade. Crédito: Márcio Filho/MTur
No quesito praias, não faltam opções. Segundo Oliveira, além das belezas naturais, o roteiro é recheado de atrativos culturais. “Nesse trajeto, nós passamos por algumas praias históricas e culturalmente bastante importantes. Eu destaco a Praia do Rio Vermelho, onde temos, no dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá. Tem também a Lagoa do Abaeté, uma lagoa escura e rodeada de areia branca, cantada em verso e prosa pelo nosso Dorival Caymmi”, comenta.
O guia ressalta que Salvador também serve de ponto de partida para pontos turísticos próximos à capital. “Perto de Salvador, temos a Praia do Forte, ao norte, onde é possível conhecer o Projeto Tamar, das tartarugas gigantes, e Morro de São Paulo, com suas várias praias paradisíacas”, indica. Outra atração da cidade é a gastronomia, com destaque para pratos à base de frutos do mar, como bobó, moqueca, acarajé e vatapá – tudo com muito dendê e pimenta.
Não por acaso, a capital baiana é apontada pelo Ministério do Turismo como um dos destinos tendência na preferência de brasileiros neste ano, a partir de um levantamento junto aos principais sites de viagens do país. A hospitalidade dos soteropolitanos (como são chamados os moradores da cidade), também se destaca. Segundo dados do MTur, a boa acolhida de visitantes por moradores recebeu nota 9 na avaliação de estrangeiros que estiveram na cidade em 2019.
TRAJETÓRIA – A região que atualmente abriga a cidade de Salvador teria sido descoberta nos idos do ano de 1510, a partir do naufrágio de um navio francês. Por volta de 1536, o então rei de Portugal, D João III, dividiu as terras brasileiras em capitanias e, em 1549, Tomé de Souza, primeiro governador-geral do país, chegou ao local. Salvador desempenhou o papel de sede da colônia até 1763, quando o império foi transferido ao Rio de Janeiro.
Por André Martins
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo