RIO: prefeito Marcelo Crivella na mira das críticas de atores teatrais por se opor à peça em que Jesus é travesti

Nas redes sociais, o prefeito carioca, Marcelo Crivella, do PRB, é apontado como autor de censura à peça teatral "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha, já barrada judicialmente em dois estados. A transexual Renata Carvalho incorpora a figura de Jesus Cristo travesti

Redação – O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), está sendo acusado de censurar uma manifestação artística sobre diversidade sexual na capital fluminense, o espetáculo teatral “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”. A apresentação protagoniza a figura de Jesus Cristo como travesti, personagem a cargo da transexual Renata Carvalho. Vários movimentos conservadores se mobilizaram contra a peça, o que já resultou no seu cancelamento, via judicial, em Salvador, Bahia, e Jundiaí, SP.

No Rio de Janeiro, conforme foi divulgado, a peça seria encenada neste final de semana na Arena Fernanda Torres, no Parque Madureira, Zona Norte. Ali também aconteceria a mostra “Corpos Visíveis”, interligada a discussões voltadas à diversidade sexual na periferia, femininismo, identidade transgênero, etc. A coordenação da peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu” se recusa a cancelar a encenação, e tachou a decisão do prefeito Marcelo Crivella de “ato de censura”.

NOTA FALSA – Crivella negou ter proibido a mostra “Corpos Visíveis” na Arena Fernanda Torres, explicando que o cancelamento ocorreu por causa de fechamento prévio da lugar, atendendo a ordem judicial. Ainda disse que a nota informando sobre a realização da peça na Arena é falsa, posto que a Arena está interditada judicialmente. “E mesmo que estivesse funcionando, não iríamos permitir que equipamentos públicos fossem utilizados para ofender a religiosidade das pessoas”, declarou no vídeo veiculado nas redes sociais.

O prefeito deixou explícito ser contra a realização da peça em questão. Adiantou que, na sua administração, nenhum ato do tipo será autorizado, “pois é preciso respeitar a religião e consciência das pessoas”, reiterou.

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