Por João Carlos de Queiroz – Quando adolescente, registrei mais ou menos uns 25 acidentes de moto; não foram apenas simples derrapagens, mas colisões violentas com outros veículos. Afora as escoriações, braços e pernas ralados, não tive nenhuma fratura.
Já na fase mais adulta, acidentei-me algumas vezes com carros, saindo igualmente ileso (sem um arranhão sequer, somente sustos). Já não posso dizer a mesma coisa dos veículos.
Também quando presidi aeroclubes, época de muitas atividades aéreas, estive a um passo de cumprimentar a ala divina em várias ocasiões: quatro aterrissagens forçadas e destruição parcial das aeronaves, somando-se a panes na decolagem e aterrissagem. Nada importante, do ponto de vista de danos físicos (nenhum). E continuo apaixonado por aviões.
Ah, ia quase esquecendo: fui operado de garganta aos sete anos de idade, para retirada de amígdalas, e “acordei” em pleno processo cirúrgico. Surpreso, assisti todo o processo de intervenção cirúrgica com as costas coladas ao teto. De repente, os médicos se movimentaram nervosos, corre-corre geral, e percebi então que algo acontecera de grave: meu frágil corpinho recebeu injeções diretamente no tórax e choques; o coração havia parado!
Ainda na condição de espectador da própria desventura, vi perfeitamente meu pai correndo pelo corredor anexo à sala cirúrgica, após ser informado pela enfermeira do que aconteceu lá dentro. Já minha mãe, vislumbrei numa rápida visita ao quarto do hospital, dormia a sono largo, efeito de soníferos.
Antes que pudesse perceber o que realmente sucedia, lá estava eu, num corredor esquisito, ladeado por cortinas gelatinosas, material forçado por vultos que queriam adentrar ali. Na sequência, flutuei veloz rumo a uma luz convidativa, irresistível. Tudo que queria era chegar até aquele ponto luminoso, certo de que seria muito feliz. Porém, de repente, tudo se dissipou, e acordei já no quarto, sem entender patavinas. Veio um médico me visitar e indaguei o porquê de terem me dado choques e injeções.
Com expressão boquiaberta, após me instruir para “não falar” (por causa da cirurgia), o médico informou aos meus pais que aquilo era deveras espantoso, pois eu estava com parada cardíaca naquele momento. Na verdade, tinha morrido, e os médicos tentavam a ressuscitação, ou melhor, a reanimação, processo mais exato. Meus pais sempre contavam isso para os demais parentes.
Creio que não nascemos apenas para esta vida, já sendo condicionados a outras etapas. A reencarnação explica isso, ainda que muitos não acreditem, achem pura bobagem, independente de fatos comprobatórios a respeito (bebês que evidenciam talento musical precoce ou – em menos de dois anos – já dominam idiomas e descrevem lugares e pessoas com exatidão).
Na verdade, quase conversei um bom papo com Deus, nosso Criador.
Depois conto mais…