Profissionais de saúde dos serviços de urgência se reúnem para discutir atendimento à Saúde Mental

Mais de 140 profissionais da Baixada Cuiabana participaram de evento sobre atendimento humanizado

Ana Cláudia Guimarães | SES-MT – O Auditório 1, na Unic Beira Rio II, foi palco nesta segunda-feira (21.05), do evento “Sensibilização em Atendimento Humanizado à Crise em Saúde Mental nos serviços de urgência de Cuiabá e Várzea Grande”. Focando no atendimento humanizado para o paciente em momento de crise em saúde mental, seja ela de qual esfera for, a ideia foi de uma qualificação e discussão sobre a situação das portas de entrada da saúde para receber estas demandas, e perceber o que deve ser feito para melhorar.

De acordo com Daniela Santos Bezerra, da Coordenadoria de Promoção e Humanização da Saúde, de 2011 para cá a rede de atenção psicossocial foi redistribuída, o que esclarece que não é somente o serviço especializado em saúde mental que deve acolher os casos, mas os serviços de urgência também devem atender essa demanda.

O evento foi dividido em dois períodos. Pela manhã, foram montados grupos de trabalho com os seguintes órgãos: Coordenadoria de Promoção e Humanização da Saúde, Área Técnica de Saúde Mental da Coordenadoria de Ações Programáticas e Estratégicas (COAPRE), Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande (SMS/VG), Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), Instituto de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP/MT). A partir desses grupos, os servidores realizaram um diagnostico das principais dificuldades que eles enfrentam no cuidado diário na crise de saúde mental.

A palestra e o debate no período da tarde foram conduzidos pelo psiquiatra Marcelo Kitami Dias, que é doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, e atua como professor no Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) e coordena os serviços de Saúde Mental do município de Curitiba. Além disso, possui experiência na Supervisão Clínico-institucional em Saúde Mental e é membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme).

Para Marcelo, este foi um evento em que os servidores puderam fazer uma reflexão a respeito do funcionamento da rede baseado num fenômeno dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) que ele é particularmente nevrálgico para a rede de saúde mental que é o de atendimento à crise. “A oficina foi particularmente boa porque além desse diagnóstico, os trabalhadores conseguiram ter uma postura propositiva, e ao final, levantarem várias ideias que convergiram na solução dos problemas que eles levantaram, e saíram propostas muito interessantes. Agora é importante que a gestão estadual e municipal dos dois municípios atue para viabilizar essas propostas e eles tenham uma possibilidade de executar algumas delas”, destacou o psiquiatra.

Para Daniela, essa primeira etapa foi concluída com sucesso. “Abrimos vaga para 120 pessoas, e foram feitas 146 inscrições, então, a demanda foi maior, e nem esperávamos, até porque sabemos que existe certa resistência com relação ao tema. Agora vamos fazer um compilado de toda essa discussão e as informações que obtivemos no evento e levar para o gestor estadual, mais ou menos um panorama do atendimento à crise hoje na Baixada Cuiabana através dessas portas de entrada”, completou Daniela. “A presença neste evento foi de 10% de cada serviço, pois ao todo são 1.680 profissionais somando Cuiabá e Várzea Grande. Não sabemos se vamos conseguir, mas a ideia é de atingir todos os profissionais, fazendo o treinamento em serviço”, concluiu.