Tanto isso é verdade que muitos automóveis que rodam atualmente em Cuba estão confinados nas garagens de colecionadores de antiguidades em outras partes do planeta. Opção forçada dos cubanos para não andar a pé. Alternativa que fica mais complexa quando envolve equipamentos aéreos, máquinas voadoras duvidosas, sucateadas. Porque, por mais serviços que o 737-200 tenha prestado ao mundo, também para este avião a aposentadoria chegou há décadas; não para os cubanos. Pode-se quase dizer que o acidente de ontem foi mais uma tragédia anunciada, repeteco de sinistro ocorrido anos atrás, com um Antonov, avião russo.
Segundo informações periciais, o 737, que vinha sendo operado pela linha aérea Cubana de Aviación, perdeu sustentação repentina na área da cabeceira da pista, e a violenta colisão e explosão do impacto do aparelho com o solo ocorreu segundos depois. Mesmo agindo rápido, apenas três mulheres foram resgatadas pelos socorristas, todas ainda em estado gravíssimo, informações prestadas pelo médico Carlos Martínez, do Hospital, do Hospital Calixto García de Havana.
O 737 decolou de Havana com destino a Holguin, e levava 100 pessoas, incluindo seis tripulantes mexicanos. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, esteve no local e dirigiu condolências aos familiares da vítima, decretando luto oficial de dois dias. O acidente promoveu maciça vinda de parentes (que aguardavam familiares). O governo cubano preparou uma sala no aeroporto de Havana especialmente para recebê-los e prestar informações. A totalidade das vítimas ainda não foi identificada, corpos carbonizados.