Causas da queda do Boeing 737-200 em Havana ainda não apuradas. Com 113 passageiros, aeronave caiu logo após a decolagem.

Por mais rústicos que sejam, em comparação às modernas aeronaves que hoje cruzam os céus do mundo inteiro, os 737-200 são considerados máquinas seguras pela maioria dos aeronautas. A sua retirada de operação do mercado nacional e internacional se deve ao "estrondo" ensurdecedor de suas turbinas alongadas, barulho que excede limites de poluição sonora. Inicialmente, no Brasil, ele passou a servir ao setor de cargas, após ser deletado do transporte de passageiros. Posteriormente, sumiram dos aeroportos e dos ares, sendo comercializados para outros países menores. Muitos 737-200 estão sucateados nos pátios dos aeroportos de Brasília (Tom Jobim) e São Paulo (Congonhas). Serviam à antiga Vasp, que faliu...
Redação site –  Não se sabe muito ainda sobre as possíveis causas do acidente aéreo que matou 107 pessoas nesta sexta-feira, 18, em Havana, à exceção de um fato concreto: a aeronave sinistrada, um Boeing 732-200, foi aposentada por quase 100% das companhias aéreas do planeta. Mas é utilizada largamente em Cuba,  em decorrência do bloqueio econômico que as paradisíacas ilhas sofrem em função do regime ditatorial imposto pelo governo, herança maldita da era Fidel Castro, já falecido. Consequentemente, os cubanos são obrigados a se valer do que têm em mãos para voar (além de outras velharias para se locomover por via terrestre).

 

Tanto isso é verdade que muitos automóveis que rodam atualmente em Cuba estão confinados nas garagens de colecionadores de antiguidades em outras partes do planeta. Opção forçada dos cubanos para não andar a pé. Alternativa que fica mais complexa quando envolve equipamentos aéreos, máquinas voadoras duvidosas, sucateadas. Porque, por mais serviços que o 737-200 tenha prestado ao mundo, também para este avião a aposentadoria chegou há décadas; não para os cubanos. Pode-se quase dizer que o acidente de ontem foi mais uma tragédia anunciada, repeteco de sinistro ocorrido anos atrás, com um Antonov, avião russo.

Boeing 737-200 foi operado pela Vasp e Varig. O avião é considerado robusto pelos pilotos, que o apelidaram de “charutão”, em face do formado alongado das turbinas. Jato puro.
Yotube. Consegue voar apenas com uma turbina, mesmo com lotação máxima de passageiros.
Cabine do 737-200, instrumentos analógicos, não digitais. Comandantes dizem ser prazerosa a pilotagem desse jato antigo, pois eles realmente comandam a máquina. Ao invés dos modernos Boeing, Airbus e Embraer, praticamente automatizados para voar. “Nos atuais, somos mais espectadores do que pilotos”, diz Paulo de Tarso, comandante de Boeing 777 da Latam, ex-Tam
Foto Yotube

Segundo informações periciais, o 737, que vinha sendo operado pela linha aérea Cubana de Aviación, perdeu sustentação repentina na área da cabeceira da pista, e a violenta colisão e explosão do impacto do aparelho com o solo ocorreu segundos depois. Mesmo agindo rápido, apenas três mulheres foram resgatadas pelos socorristas, todas ainda em estado gravíssimo, informações prestadas pelo médico Carlos Martínez, do Hospital, do Hospital Calixto García de Havana.

O 737 decolou de Havana com destino a Holguin, e levava 100 pessoas, incluindo seis tripulantes mexicanos. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, esteve no local e dirigiu condolências aos familiares da vítima, decretando luto oficial de dois dias. O acidente promoveu maciça vinda de parentes (que aguardavam familiares). O governo cubano preparou uma sala no aeroporto de Havana especialmente para recebê-los e prestar informações. A totalidade das vítimas ainda não foi identificada, corpos carbonizados.

 

 

 

 

mancheteNABC