Redação Site – Ao contrário do que ocorria até no último sábado e parte da manhã de domingo, o estado de saúde do presidenciável Jair Bolsonaro sofreu reverso preocupante, segundo a direção do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, unidade para a qual o candidato foi transferido na última sexta-feira (7) pela manhã. Bolsonaro será submetido a uma nova cirurgia de porte maior, na tentativa de estabilizar o crítico quadro clínico e incentivar a retomada funcional dos intestinos.
Essa piora surpreendeu os médicos que assistem o parlamentar na Unidade de Terapia Intensiva do Albert Einstein, que apostavam numa firme progressão de sua convalescença. Isso porque, nas 48 horas seguintes à cirurgia para correção dos órgãos intestinais danificados pela facada, procedimento cirúrgico realizado ainda em Juiz de Fora-MG, na Santa casa, Jair Bolsonaro vinha apresentando quadro de melhora sucessiva. No sábado, chegou a empreender passos dentro do quarto, exercícios preventivos para evitar a ocorrência de trombose e complicações pulmonares, comuns quando há imobilidade das pernas por longo período.
O presidenciável ainda permaneceu algum tempo sentado na poltrona. Por enquanto, apenas a esposa e filhos podem visitá-lo no Albert Einstein. Um forte esquema de segurança foi montado pela Polícia Federal dentro e fora do hospital. E essa blindagem será extensiva aos demais postulantes à presidência da República, segundo determinação do Ministério da Defesa.
Entenda a situação:
Para que Bolsonaro possa voltar a evacuar normalmente, sem o auxílio da bolsa de colostomia, é preciso romper a paralisia intestinal, considerada normal posteriormente a processos cirúrgicos e traumas abdominais de qualquer espécie, explicaram os médicos. Na avaliação mais recente dos clínicos, não há, por enquanto, nenhum indício de retomada do trabalho intestinal.
A boa notícia é que o paciente não apresenta quadro infeccioso, fator alentador para quem foi submetido a uma cirurgia complexa na última quinta-feira. A estabilização, nesse ponto, está favorável, ainda avalia a equipe médica. Bolsonaro está sendo alimentado por soro, e tem realizado sessões fisioterápicas leves em períodos alternados, incluindo exercício de ordem respiratória e motora.
Muito sangue perdido
Quando foi internado às pressas na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora no dia 7, minutos após receber a facada desferida pelo pedagogo Adélio Bispo de Oliveira, Bolsonaro já havia perdido três litros de sangue, o que equivale quase à metade do sangue do corpo humano, informou a diretora técnica da Santa Casa, Eunice Dantas. Foram quatro bolsas para repor a quantidade perdida.
A única facada culminou em lesões gravíssimas em órgãos intestinais (grosso e delgado) e intra-abdominais. Conforme os cirurgiões que atenderam o candidato na Santa Casa, sua vida foi salva por dois fatores: a) a rapidez com que foi atendido e submetido à cirurgia; b) a lâmina não atingiu órgãos vitais por centímetros.
Campanha na UTI do Hospital Albert Einstein
Devido às complicações do pós-cirúrgico, Jair Bolsonaro não participará mais de nenhum movimento de campanha, agora limitada à sala da Unidade de Terapia Intensiva do hospital paulista. Mesmo assim, ele permanece estável nas pesquisas, entre 18%, contra os 37 do presidiário Lula.