Redação Site – O homem que soergueu a Petrobrás da falência, após a enxurrada de denúncias de corrupção na estatal (comprovadas pela Operação Lava Jato), deixou hoje (01) a presidência da petroleira, decisão anunciada em conversa com o presidente Michel Temer. A saída de Parente da Petrobras era uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, em face do controle de preços que a estatal detinha sobre os combustíveis, política considerada injusta.
Para o lugar de Pedro Parente, o presidente Temer escolheu Ivan Monteiro, na petroleira desde fevereiro de 2015. Mas ele precisa ter seu nome aprovado ainda pelo Conselho de Administração.
Pedro Parente explicou a Temer que não desejava se tornar um empecilho no seu governo, daí a opção de deixar o cargo que ocupava há dois anos. Ele assumiu num momento delicado, sem perspectivas de soerguimento da petroleira. No entanto, imprimiu uma política de preços que se tornou rentável aos cofres da estatal, reconduzindo-a parcialmente ao antigo patamar de confiança, com valorização progressiva de suas ações. Somente agora, durante a greve dos caminhoneiros, a Petrobras registrou baixas na Bolsa de Valores.
Conforme o ex-presidente, ao suspender o ajuste diário dos combustíveis, a Petrobras recomeçou o processo de retomada do seu antigo prestígio, após contabilizar perdas astronômicas durante três anos. A empresa registrou ganhos de R$ 7 bilhões no primeiro semestre de 2018.
A greve dos caminhoneiros (iniciada dia 21 de maio, com duração de 10 dias), segundo Parente disse na carta de demissão a Temer, acarretou vários danos. Pressionado pelo alcance do movimento, citou, o governo fez concessões que vão custar bilhões aos cofres públicos. Parente concluiu dizendo que a permanência dele na Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para outros projetos da petroleira e do próprio governo.