Os extraterrestres estão por todo lado em Olhos D’água, Minas Gerais. Acredite quem quiser…

Naves circulam altas horas da noite ao redor de Morro Alto, próximo à pequena cidade interiorana de Minas. E bolas luminosas rolam de casa em casa, à procura de algo. Ou de alguém. Os moradores mais antigos estão acostumados com isso...

Editor-Geral – Estive em Olhos D’água por várias vezes, antigo distrito mineiro bocaiuvense, sempre levado por instinto jornalístico, de pesquisa ufológica. Primeiro, em 1980, e logo após no decorrer dessa década. Já ouvira falar sobre alienígenas que circulam livremente pela região de Olhos D’água em naves de todos os tipos: redondas, ovaladas, ou simplesmente com formatos retangulares, irradiando reflexos multicoloridos.

O mais importante é que não interliguei tal falatório “intergalático” a contos da carochinha, indo até lá decidido a comprovar que tudo tinha fundamento, uma boa explicação. Daí, publicaria uma boa matéria a respeito do assunto, descrevendo detalhes ainda desconhecidos do grande público.

A primeira expedição a Olhos D’água, digamos assim, contou com um seleto grupo de “especialistas”, na realidade curiosos em potencial, entre colegas de jornalismo e amigos pessoais. Nosso anfitrião, o radialista bocaiuvense Sebastião Aroldo (sem “H”), apresentou-nos não apenas aos seus amigos de longa data em Olhos D’Água, mas também a personalidades científicas e do mundo artístico que se encontravam ali naquele dia, igualmente interessados em ufologia, e ele que conhecera em visitas anteriores.

Foi assim que conheci o cientista Alexander Holândia {especializado em estudos ufológicos, ex-integrante da Nasa}, e o ator global Lauro Corona, além de nossa anfitriã, a estranhíssima e surpreendentemente carismática Marília Revert Ferraz Dias.  Corona ainda demoraria alguns anos entre nós, antes de a aids levá-lo para sempre…

Marília possui uma cicatriz acentuada entre as sobrancelhas, marca qualificada por ufólogos como “terceiro olho”. Era a pessoa mais procurada pelos alienígenas, conforme informações do amigo Sebastião Aroldo e de moradores rústicos da simplória comunidade daquela época, quando ainda era distrito e tinha apenas cascalho batido nas ruas e “estacionamento” de quadrúpedes e carroças.

Numa parada estratégica da turma logo ao chegar, a típica molha goela, a fim de saciar a sede da viagem, ouvimos muitos desses nativos locais – mascando nacos de fumo, descartados em cusparadas gosmentas no piso de barro do armazém local – alardear terem presenciado uma procissão de bolas voadoras faiscantes se infiltrando na casa de Marília. “Pura bruxaria!”, concluíram.

Marília soltou gargalhadas ao ser questionada sobre determinadas superstições do seu povo, apesar de atribuir normalidade à maioria dos comentários roceiros. “Eles confundem algumas coisas, outras não. Nem sempre é crendice popular as coisas que são ditas por aí, pois elas realmente acontecem” – pontuou séria.

Um dos fatos citados pela estudiosa de ufologia (vamos considerá-la assim) se relaciona às próprias luzes voadoras, supostamente mensageiros alienígenas. E acentuou: “Eles (extraterrestres) também vêm aqui em casa esporadicamente. Costumam me visitar, conversamos bastante. São superinteligentes. Refiro-me aos gigantes, que são bons, pois pregam harmonia e zelam por nosso Planeta. Já os pequenos, os alienígenas anões, são pérfidos, ardilosos. Inimigos do bem. É preciso tomar cuidado muito com eles”.

O ator Lauro Corona ouviu essa conversa e ficou sem-graça por não conseguir convencer nenhum dos jornalistas presentes a direcionar atenção explícita à sua pessoa. Tornou-se mais uma figura comum na sala de estar da arejada casa de Marília, onde saboreamos biscoitos e sucos. A princípio, assaltado por estrelismo, achou que estávamos ali apenas para entrevistá-lo. Depois, tentou nos convencer a fazer isto, sem sucesso. “Viemos aqui focados nos extraterrestres”, respondi secamente, rebate ético.

Morro Alto – Antes de nos dirigirmos a Morro Alto, considerado a base ufológica da região, Marília nos pediu para nos abstermos de bebidas alcoólicas, sexo. “Seria ótimo também que não ingerissem nenhum tipo de carne, seja branca ou vermelha. Sequer peixes”, outra instrução da simpática anfitriã.

A seguir, Marília nos relatou o dia em que seu filho ficou doente subitamente, apresentando gradual quadro de asfixia. Por ser noite avançada, e por não ter nenhum carro disponível no lugarejo para levá-lo ao hospital da cidade mais próxima, ela pensou o pior: “Pode morrer à míngua”. De repente, eis que sentiu uma sonolência irresistível, e adormeceu placidamente.

Ao acordar, horas após, eis que o garoto estava brincava feliz na sala, como se nada tivesse sucedido. Examinando-o, ela percebeu uma oleosidade de odor indescritível ao redor do seu pescoço. “Foi o homem que passou esse óleo, mãe. Disse que eu ia sarar. Aí, depois de passar, não senti mais dor nem falta de ar”.

Atônita, ela ouviu o garoto descrever o alienígena que surgiu do nada: “Era bem grandão e feio, mãe, mas muito bonzinho. Saiu daquele canto da parede ali; devia estar escondido em algum lugar da sala”.

Marília é agradecida até hoje ao misterioso alienígena que socorreu seu filho. “Eles vibram numa dimensão paralela à da Terra. Sabem exatamente tudo que acontece aqui, e conhecem nossos dialetos. Diria que são anjos da guarda dos terrestres. Meu filho foi salvo por um deles”.

Jantar de preparação

Jantamos uma macarronada sem carne e nos dirigimos a Morro Alto. Outra instrução de Marília, já comprovadamente uma comunicadora entre nós e os alienígenas: “Não gravem nem fotografem nada. E não evidenciem pânico quando virem algo diferente. Caso contrário, haverá desconexão do contato”.

Gentil, quando já estávamos numa espécie de platô da montanha (que de morro só tem o nome), Marília pediu a Fatinha {jornalista} que emprestasse seu gravador para ela colocar uma fita-cassete. “As pilhas descarregaram, dona Marília. Não encontrei nenhuma para comprar no povoado”, respondeu Fatinha. O gravador resfolegou com Fatinha, que quis provar sua inutilidade momentânea. Marília insistiu que o aparelho tocaria, e com efeito, após ela introduzir sua fita, ele tocou durante horas músicas serenas, de harpa…

Ato seguinte, fui no carro e peguei o minúsculo gravador, posicionando-me ao lado dela para gravar a conversa. “Está perdendo seu tempo” – avisou. “Não vai gravar nada!”. Disse o mesmo quando a fotografamos explicando os procedimentos de praxe. “Estão desperdiçando filme. Nada será registrado”. Adão Tarcísio de Castro, piloto, levou reprimenda ao piscar a lanterna em direção ao firmamento por várias vezes, numa tentativa de contato com supostas naves ali estacionadas. “Vai queimar!”, disse Marília.

Marília acertou em todos os seus avisos: o gravadorzinho não gravou nada, e tampouco conseguimos sequer uma fotografia da nossa presença (com ela) em Morro Alto. Quanto a Adão, a luz da lanterna queimou nos primeiros cliques atrevidos…

“Tenho que avisá-los de algo: “eles” (alienígenas) estão se aproximando, vão aterrissar bem ali” – apontou para o lado oposto do morro. “Vocês devem ficar calmo, não demonstrar medo. Caso contrário, já alertei antes, o contato se dispersará”.

Ainda hoje, após tantos anos, fico imaginando se não fomos vítimas de hipnose coletiva, por meio de voz. Isso porque, naquela penumbra reinante no topo da montanha, sequer víamos algo, além de vultos. O mais interessante de tudo: as aparentes estrelas mortiças e estáticas ao redor do morro começaram a ganhar cores e a empreender movimento de aterrissagem no local indicado por Marília. Impossível conter arrepios incômodos. Afinal, não sabíamos o sucederia a seguir…

“João, João, penso que estamos vendo alguma coisa diferente”, comentou Tarcísio, voz vacilante. Estava também com medo, deduzi. Acabrunhada, Fatinha se agarrou nos meus braços, querendo saber o que era aquilo que estava vindo em nossa direção (luzes fortes, idênticas às de um jato em atitude de aproximação para pouso). Mais tranquilo, Sebastião Aroldo ficou posicionado ao lado de Marília, que abria os braços em saudação feliz, receptividade aos seus amigos do espaço…

Quanto ao cientista Alexander, ele me pareceu extasiado, compenetrado em registrar tudo que acontecesse dali em diante. Mantinha os braços abertos, como se para receber amigavelmente alguém…

Fiz questão de fixar os olhos diretamente na “cabeceira” da pista de pouso dos alienígenas. Porém, ao ver tantas luzes fortes aglutinadas, temi que trouxessem coisas que nos apavorariam. Os arrepios se intensificaram, e percebi que estávamos todos apavorados, à exceção de Marília e de Alexander. Lauro Corona não foi a Morro Alto.

Passou inclusive pela minha cabeça que os E.T.(s) talvez quisessem nos levar para seus planetas. Sem mais nem menos, a legião se luzes sumiu…

“Pronto, eles foram embora! Vocês estão com medo, bloquearam o contato. Uma pena, pois eles estavam vindo até aqui, iriam adorar conhecê-los”, foi o lacônico comentário de Marília. Ela retirou uma lanterninha do bolso da jaqueta (fazia frio e ventava) e fez sinais aleatórios de luzes em direção ao espaço durante quase dois minutos. Indício claro de que estava se comunicando, talvez agradecendo aos seus amigos alienígenas pela breve atenção dispensada…

OUTRAS VIAGENS – Retornei a Olhos D’água com os amigos Leonardo Campos (jornalista) e Washington Ferreira Alckmin, mas não fomos ao famoso Morro Alto, não sei exatamente o porquê. O importante é que ficou essa impressão forte da existência de seres alienígenas naquela localidade, não muito distante de Diamantina, outro ponto de aparições ufológicas em terras brasileiras.

Resta lembrar que a região de Olhos D’Água é famosa mundialmente por sediar fenômenos similares. Foi a poucos quilômetros da sede dessa tradicional comunidade, num lugar conhecido por Extrema, que os americanos e russos e uniram e instalaram uma base militar de observação científica para acompanhar o famoso eclipse solar de 1947. Extrema foi apontado como o melhor lugar de observação desse eclipse em todo o Planeta.

No mais, sobraram saudades da amiga Marília R. Ferraz Dias e Sebastião Aroldo, ambos dotados de intelectualidade avançada.  Penso ainda voltar lá qualquer dia, revisitando Morro Alto. Oxalá consiga apertar as mãos de algum alienígena amigável…

João Carlos de Queiroz, editor-geral

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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