Até hoje, já foram 25 colisões, a maioria delas envolvendo aviões comerciais. Fora os encontros diretos, já foram reportados ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) mais de 2,5 mil casos de avistamento de balões próximos a aeródromos e rotas de aeronaves no Brasil. “Só temos registrado esse incidente de 2011 considerado grave, o que não espelha a realidade que os pilotos encontram nos céus, principalmente dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, que têm o maior número de reportes”, conta o Coronel Aviador Antonio Heleno da Silva Filho, do CENIPA. “Se contabilizarmos a quantidade de avistamentos, manobras que são feitas para desviar de colisões, haver apenas um caso grave não ilustra o cenário real”, acrescenta.
Campanha nas mídias
A prática ilegal está ligada às festividades juninas na cultura de diversas regiões do Brasil. Contudo, o perigo não se restringe mais ao período próximo das datas comemorativas. Numericamente, os estados que mais apresentam casos de balões próximos a rotas aeroviárias são São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Para reduzir os riscos na aviação militar e civil, a FAB realiza campanhas de conscientização no período de maior número de avistamentos. Em 2017, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) desenvolveu produtos nas diversas plataformas midiáticas. O vídeo da campanha, inspirado na literatura de cordel nordestina, foi veiculado em várias emissoras no horário nobre televisivo, inclusive pautando matérias no Jornal Nacional, da TV Globo. Em 2018, a unidade alertará novamente a população sobre o risco.
Existem regras para a soltura com segurança do balão livre não tripulado – nome formal do balão junino. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) segue as normas da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO). Basicamente, são três regras principais a serem seguidas: a soltura deve ser informada e coordenada com o DECEA; o artefato precisa de um mecanismo de interrupção de voo, caso saia do espaço aéreo reservado; e é necessário carregar consigo um mecanismo de rastreamento. Além disso, qualquer presença de fogo no balão é totalmente proibida, de acordo com a lei ambiental. Já existem eventos criados para a preservação da tradição de maneira responsável, como os da associação Somos Arte Papel e Cola (SAPEC), realizados no Paraná.