Redação Site – A vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está nada fácil: há meses preso numa cela da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba-PR, o antes enérgico líder metalúrgico, do ABC Paulista, tem evidenciado desânimo crescente em relação a uma reviravolta jurídica que possibilite sua liberdade e retorno à vida pública.
No último depoimento prestado por Lula à Justiça, única vez em que deixou a carceragem da PF de Curitiba, o Brasil e o mundo puderam ver o quanto ele envelheceu em poucos meses de prisão. A fisionomia do ex-presidente está claramente apática, apesar das tentativas de demonstrar segurança e alguma superioridade impaciente ao ser inquirido pela Promotoria e juíza-substituta de Moro, Gabriela Hardt.
Pressionado por mais denúncias de corrupção e derrubadas consecutivas de habeas corpus impetrados pelos seus advogados, a idade avançada do ex-presidente contribui para essa degeneração célere imposta pela cadeia. E com a derrota do PT na disputa presidencial de 2018, Lula praticamente viu ruir todas as esperanças de ganhar as ruas e ser novamente agraciado como rei palaciano do povo.
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Após o transcurso das festas natalinas, quando sentiu o peso do confinamento prisioneiro (foi o primeiro Natal que passou longe da família), Lula vai assistir a virada do ano na reclusão solitária de uma cela da PF, espaço que se tornou “seu lar” há meses. E por determinação da Justiça, o número de visitas ao ex-presidente foi reduzido drasticamente, fator complicador para acréscimo do sentimento de solidão que já evidencia sinais depressivos naquele que foi o maior líder dos trabalhadores humildes do País…
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OPOSIÇÃO AINDA ESTÁ VIVA…
Durante a última disputa palaciana, o PT até que registrou momentos de animosidade triunfante, partido representado por Fernando Haddad, candidato tampão {os petistas lutaram até o último instante para oficializar Lula na cabeça de chapa}. Mas as decisões da Justiça barraram tal pretensão. E assim a opção de o PT vir a integrar o elenco de concorrentes à Presidência da República recaiu no nome de Haddad, o antigo vice de Lula (caso fosse ele o candidato).
Para surpresa do Partido dos Trabalhadores, Haddad ganhou dianteira surpreendente na corrida presidencial com Jair Bolsonaro em vários momentos, avançando percentuais fenomenais nas pesquisas Ibope e de outros institutos. Porém, a certo instante, o petista estagnou no páreo, enquanto Bolsonaro continuou a subir. Foi quando o ex-presidente Lula percebeu que a agremiação que fundara não teria chances conclusivas de vitória em 2018, e orientou Haddad a visitá-lo menos e se empenhar mais na campanha.
Por maior que tenha sido a estratégia eleitoral do PT e, também, as orientações do experiente Lula, emanadas via-cárcere, deu no que deu: o PT foi derrotado pelo ex-capitão do Exército, eleito mito pela maioria dos eleitores brasileiros. Mas um fato inconteste é que o professor universitário Fernando Haddad, alçado à condição de candidato tampão, registrou uma performance fenomenal em tempo reduzido de campanha, arrebatando quase 50 milhões de votos.
Estimativas feitas por cientistas políticos apontam que, se acaso a campanha presidencial tivesse prosseguido por mais 20 dias, Haddad talvez virasse o jogo e fosse o vencedor do pleito, pois o petista marcou forte atuação em todos os lugares do País (visitava, por dia, até três estados), enquanto Bolsonaro, pelas precárias condições de saúde impostas pela facada, limitou-se a fazer campanha praticamente pelas redes sociais.
Em resumo, num linguajar autêntico de homem simples do povão, ao contrário do autoritário estilo militar de Jair Bolsonaro, Haddad sobrepujou nomes considerados da elite política, a exemplo de Geraldo Alckmin, Marina Silva, Ciro Gomes, Álvaro Dias, etc. Esses últimos, mesmo se os votos fossem contabilizados juntos, sequer conseguiram um terço da votação obtida por Fernando Haddad.
*Ficou óbvio o seguinte: a oposição está viva e fortalecida, e cabe ao novo presidente trabalhar muito para que mobilizações opositoras não travem o seu governo e o inviabilizem levar o País a bom termo. O mais importante é torcer para o Brasil dar certo, e isso implica em apoiar as boas decisões que o novo governo irá implementar.