Redação Site – A ansiada estreia da Seleção Brasileira hoje (17) contra a Suíça pode ser autêntica fria nos mesmos moldes gelados das terras do adversário. Pior que gelado, frustrante. É que os olhos brasileiros apostam em resultados catastróficos para os suíços, já “condenados” a perder por 4 x 0, 5 x 1, 3 x 0, etc. A soberania de vitória (conforme maciça parte da população imagina) está sob o controle do Brasil. Praticamente nas mãos de um único jogador.
No geral, os torcedores tupiniquins aguardam uma pretensiosa chuva de gols exclusiva por parte do atacante Neymar Jr, como se o restante da equipe da Seleção nem contasse. Reside em Neymar as únicas esperanças concretas de vitória. Transformaram o jogador num ser onipotente, espécie de “Deus Universal do Futebol”. Alguém com capacidade invencível, terror dos oponentes em campo. Sempre determinado a colocar a bola no fundo da rede adversária por meio de jogadas célebres, dribles fantásticos. Que ele faz isso no dia a dia comum, até faz. Porém, numa Copa do Mundo é bem diferente…
Esse sentimento precoce – de vitória esmagadora do Brasil – é uma utopia criada a partir do requintado ilusionismo esperançoso e camufladamente traumático, em face da vexatória derrota anterior do nossa seleção na última Copa. Memorável massacre de gols (7 x 0) imposto pela preparadíssima equipe alemã em solo pátrio. De forma elegante, “em respeito à história do futebol brasileiro, da própria seleção”, os alemães não marcaram mais porque não quiseram. Momento em que o Brasil acordou para um fato: o restante do mundo também aprendeu a jogar futebol.
TALENTO – Neymar é um jogador talentoso, mas a sua capacidade de decidir confrontos graduados arqueia muitas sobrancelhas. Não podemos ignorar que as equipes adversárias também dispõem de habilidosos atletas. Sintetizando: Neymar não é nenhum Leonel Messi e tampouco um Cristiano Ronaldo da vida. Cai fácil demais para quem tem pela frente jogadores encorpados e igualmente detentores de arrancadas técnicas. Não serão condescendentes para entender esse seu lado fracote, certamente.
A última vez que o camaleônico Neymar Jr. esteve em campo, na Copa do Mundo, foi para sair carregado numa maca, sob suspeita de fratura da coluna vertebral. Permaneceu travado durante meses. Mais recentemente, o atleta fraturou o dedinho do pé, também motivo de lágrimas dos iludidos com o futebol, temerosos de que não se recuperasse a tempo {da Copa}. Os cuidados para “socorrer Neymar” incluíram até o deslocamento de seu ortopedista a Paris para analisar as condições de uma cirurgia emergencial. Procedimento realizado com sucesso no Brasil.
Resta, enfim, torcer para que, nesta Copa, o raquítico e trôpego jogador não desmonte fisicamente ao menor toque adversário. E, por consequência, também não destrua as esperanças de quem ainda visualiza sua figura na condição de “Salva Pátria do Futebol Brasileiro”. Pois basta Neymar estar em campo para assegurar um sentimento mais confortável de torcida pela seleção. O não recomendável, no momento, é que os brasileiros cantem vitórias prematuras. O Brasil não está imune a outro massacre de gols.