No Natal, milhões de animais são esquecidos em casa para morrer

A cândida mensagem de que "o espírito natalino resplandece perdão e amor no coração das pessoas", também encoberta a perversidade de milhares de humanos descomprometidos com os indefesos animais. São incapazes de se sensibilizarem com o destino dos bichos sob sua irresponsável guarda. Basta o chamativo de qualquer evento festivo para abandoná-los friamente, conforme acontece também durante o período natalino. O mais triste é que as leis existentes ainda não conseguem punir com rigor esses malvados...

Redação site Nas comemorações de Natal, não dá para abraçar espontaneamente alguém que “acabou de lembrar” ter esquecido seu animalzinho em casa, seja gato, cachorro e outros bichos (inclusive, os de linha silvestre, proibidos de serem criados em âmbito doméstico, a exemplo de papagaio, macaco, etc…). Pelas leis brasileiras, entende-se esse tipo de criação como transgressão ao habitat natural dos bichos. É impor cativeiro a quem antes vivia solto nas matas. Infelizmente, o brasileiro insiste em burlar a legislação vigente nesse e em outros aspectos.

O clamor de defensores dos animais é que essas normativas deveriam ser estender também – de forma terminantemente proibitiva, passível de rigorosas sanções penais – àqueles que mantêm animais domésticos (cães) acorrentados dia e noite em seus imóveis. Fator mais do que suficiente para levá-los à prisão, sem direito à fiança.

Ausência de dias, semanas – Por um sentimento precoce de impunidade, muita gente abandona os pobrezinhos sem qualquer amparo de água ou ração quando viajam no Natal, ou mesmo por outro motivo qualquer. Os animais padecem em lenta agonia sob sol e chuva até perecer famintos, por vezes acorrentados no fundo de quintais ou em áreas isoladas (sítios, chácaras), geralmente ambientes ladeados por muros altos. Ou ainda dentro de gaiolas e no interior das casas.Tudo porque os tais donos esquecidos “estavam com pressa” para viajar e comemorar o Natal e/ou resolver distintos compromissos urgentes.

O mais interessante é que esses perversos esquecidos jamais deixam para trás roupas e bebidas alcoólicas quando existe qualquer chamativo festeiro (Natal, Ano Novo, Carnaval, feriados santos, etc…). Lembram-se dos bichinhos somente quando já se encontram a centenas ou milhares de quilômetros de casa. Então, preferem ingerir bastante vinho e dar um alô a Jesus Cristo, cônscios de estarem perdoados e agraciados para o ano vindouro. E no retorno ao lar, para apaziguar possíveis cobranças da consciência, enterram o corpo do pobrezinho abandonado e o substituem com outra vítima do próximo bate-pernas festeiro.

Infelizmente, eis aí uma realidade que se repete ano após ano no Brasil e, também, em vários países desse Planeta agonizante, tradicionalmente frio em trucidar inocentes animais de todas as formas e a cada segundo, seja por atos covardes, de prazer sádico, ou simplesmente para saciar paladares hediondos em rituais macabros.

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Em alguns países asiáticos, por exemplo, é prática cotidiana a decapitação de cérebro de macacos em mesas especiais nos restaurantes (têm um buraco que apenas expõe o cérebro raspado ao cliente), enquanto o macaco (debaixo da mesa) está completamente imobilizado. Após a tampa do pequeno cérebro voar pelo golpe preciso de facão, os clientes passam a degustar os miolos do infeliz enquanto ele ainda está vivo, esperneando… Típico afrodisíaco, argumentam.

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Cadeia é o mínimo que merecem

Com o novo governo do presidente Jair Bolsonaro, que assume agora em janeiro, espera-se muitas mudanças, e sugerimos que uma delas seja imediata cadeia para quem torturar e assassinar animais em condições semelhantes e de outras formas covardes. Nada de complacência judicial para que os criminosos aguardem o desfecho dos processos em liberdade.

No caso específico do abandono natalino, segundo acentua a maioria dos defensores de animais, “não há desculpa convincente para que nenhum crime do tipo seja perdoado se o objetivo festivo se sobrepõe à responsabilidade de cuidar de seres vivos sob seu teto, totalmente dependentes diretos deles”. Certíssimo!

Uma outra sugestão da categoria é que a grande mídia televisiva se mobilize anualmente para alertar que nenhum animal merece morrer à míngua apenas porque há uma festa natalina ou de carnaval em curso à espera dos moradores da residência ou de outro imóvel, sede da prisão injusta do bichinho.

Seria, aliás, o momento adequado de a Vênus Platinada – a mais vista no País – se mobilizar e empreender uma campanha efetivamente protetora dos bichos, não somente em prol dos seus próprios interesses, a exemplo do Criança Esperança.

“Se for viajar e não quer ser preso ao regressar, não deixe seus animais abandonados”. Eis aí uma frase que poderia encabeçar o futuro vídeo ecológico da emissora.

Jane Aparecida da Silva, editora assistente 

 

 

 

 

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