O pequeno Arthur Araújo Lula da Silva, de apenas sete anos, não está mais entre nós: seu corpinho foi reduzido a cinzas na tarde deste sábado (2) em São Bernardo do Campo-SP, numa cerimônia relativamente rápida de cremação, restrita apenas aos familiares diretos, entre eles o ex-presidente Lula. Sequer a imprensa pôde ter acesso à área da cerimônia funerária. Do lado de fora, milhares de pessoas gritavam “Lula Livre!”, manifestando indignação pela sentença proferida pela Justiça.
Arthur faleceu vítima de meningite meningogócica, na última sexta-feira, e de lá pra cá o Brasil não falou em outra coisa. A começar, sobre a possibilidade de seu avô (Lula), preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, comparecer ao velório da criança. O pedido da defesa do ex-presidente foi acatado pela juíza federal Carolina Lebbos, conforme preceitua normativas constitucionais relacionadas ao sistema prisional.
O pedido apresentado pelos advogados do ex-presidente, a fim de obter autorização para sua saída temporária, teve por base o artigo 120 da Lei de Execução Penal. Conforme preceitua os dispositivos dessa lei, “os condenados que cumprem pena em regime fechado, ou semiaberto, e os presos provisórios, poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.
Lula demonstrou forte emoção ao adentrar no cemitério, local do velório, após desembarcar de um helicóptero em área industrial próxima ao Campo Santo, sempre sob forte escolta (foram 275 policiais envolvidos na operação, entre agentes federais, militares e civis). O voo entre Curitiba e SP foi numa aeronave cedida pelo governo paranaense.
Arthur visitava o avô na carceragem da Polícia Federal
Desde que foi preso, em 7 de abril de 2018, sendo trancafiado numa sala especial na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, Lula tem recebido visitas regulares de parentes e correligionários. O menino Arthur esteve com ele por duas vezes. Trata-se da segunda vez que Lula deixa a carceragem. Anteriormente, saiu para prestar depoimento perante a juíza Gabriela Hadt, substituta de Sérgio Moro.
Há pouco mais de um mês, em janeiro, a defesa de Lula pediu sua saída temporária para participar do funeral do seu irmão, Genival Inácio da Silva, também em São Bernardo do Campo. A mesma juíza Carolina Lebbos, que agora autorizou Lula a participar do velório de Arthur, negou o pedido. A magistrada argumentou que a PF emitiu parecer dizendo não ser possível garantir a segurança de Lula e da população durante o trajeto a São Bernardo. Assim, optou por vetar. O STF chegou a autorizar a viagem pouco antes do enterro, mas Lula desistiu por concluir que não conseguiria mais ver o irmão.
Por Editoria-Geral do Site