Redação Site – Dos doze meninos tailandeses e o treinador que ficaram presos há duas semanas dentro de um complexo de cavernas na Tailândia, oito já foram resgatados de ontem (8) para hoje. Faltam agora mais quatro crianças e o técnico, o que deve acontecer amanhã. Para chegarem até o local, os mergulhadores cumprem um percurso de quatro km e enfrentam correntezas fortes, ocasionadas pelas últimas chuvas torrenciais.
Conforme o líder da operação de resgate, Narongsak Osottanakorn, os primeiros meninos salvos estão bem e permanecem em observação no hospital em Chiang Rai, mas já podem receber visitas familiares. Ele acredita que as chuvas – agora mais fracas – não atrapalharão o restante do resgate, trabalho a cargo de 90 mergulhadores, entre tailandeses e estrangeiros.
Ele explicou ainda ser preciso recarregar os cilindros de oxigênio e dar uma pausa para que os mergulhadores possam descansar, antes de reiniciar o resgate. Por sorte, as chuvas não afetaram o nível das águas que inundaram as cavernas, fato considerado positivo para o êxito do restante do trabalho.
Toda a operação foi feita com a participação direta das crianças, que tiveram treinamento de mergulho. A preocupação inicial dos mergulhadores era de que elas se cansassem excessivamente e entrassem em pânico durante o percurso pelas cavernas inundadas, o que até agora não aconteceu. O complexo Tham Luang é considerado o quarto maior da Tailândia.
Esse cuidado foi redobrado desde a morte do mergulhador tailandês, Sarmarn Kunan, 38, ex-integrante de elite da Marinha. A vítima, de 38 anos, morreu ao ficar sem oxigênio quando retornava do local onde estão os meninos, após levar remédios e suprimentos alimentares.
Para facilitar o acesso até o local onde os meninos estão refugiados, uma das primeiras estratégias dos bombeiros foi drenar milhões de litros que inundaram as cavernas e dificultavam qualquer operação segura.
Apesar de estarem num local seco, porém impedidos de sair dali, visto que tudo ao redor está alagado, os garotos estão bem. Mas existe o risco de que o nível das águas possa subir (se chover continuamente forte) e afogá-los. A pressa dos socorristas reside principalmente nesse aspecto.
As crianças mais debilitadas foram as primeiras a deixar a caverna, após serem socorridas e instruídas a respeito dos procedimentos com o equipamento de mergulho.
No total, os 12 meninos e o técnico – ex-monge budista – ficaram 10 dias sem nenhuma alimentação. O técnico disse que utilizou seus conhecimentos de monge para acalmá-las e não permitir que a ansiedade – causada pela fome e pelo desespero de confinamento – desestabilizasse de forma drástica a saúde física e emocional dos garotos.