MT: governador Mauro Mendes x servidores do Estado: uma guerra impensada até ontem

Governador Mauro Mendes descerra máscara de cordialidade e a anunciada valorização dos servidores públicos estaduais. O funcionalismo se tornou praga a ser combatida tenazmente pelo novo governo, é a conclusão da categoria.

Por Redação Site – O servidor público estadual de Mato Grosso se encontra hoje totalmente perdido, tateando que nem deficiente visual na escuridão das incertezas salariais e do impacto fulminante das medidas adotadas pelo novo gestor do Palácio Paiaguás. São consequências dos últimos atos administrativos encenados pelo governador Mauro Mendes, ansioso por descarregar na figura do servidor todo o descompasso que diz ter encontrado no Estado, território já enquadrado na condição de calamidade financeira

Atualmente, o governo nem fala muito na incompetência de outros gestores, mas somente na falência dos cofres públicos de MT; tesouro continuamente exaurido – parece querer frisar – por culpa maior do servidor (em decorrência da sobrecarga salarial e de autarquias consideradas inúteis e passíveis de imediata decapitação, a fim de gerar capital). A Empresa Mato-Grossense de Assistência Técnica e Extensão Rural é uma das futuras inexistentes, apesar de anúncios contrários. O mais incrível: o governador ainda invoca compreensão da sociedade às medidas anunciadas. Equivale a pedir ao padre que assista, de camarote, o extermínio dos seus fiéis, e ainda conceda comunhão ao exterminador.

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O servidor “virou o inimigo da vez”, na ótica do governador Mauro Mendes. Recado explícito depois do recente episódio do gás de pimenta lançado contra a categoria na Assembleia Legislativa. Quando as moscas incomodam, veneno nelas! 

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O agressivo “estilo Mendes” contrasta em tudo com aquilo que os servidores esperavam da atual gestão. Hoje, para lutar pela manutenção dos seus direitos e garantir o recebimento {em dia} dos proventos salariais, eles já sabem que a menor argumentação verbal pode ser calada à força de agressividade física. O gás de pimenta não causou somente irritação nos olhos e parcial asfixia nos servidores alérgicos a produtos similares: além de acarretar trauma psicológico, foi uma resposta ríspida do governo à tentativa de acordo democrático, aviso de portas fechadas a qualquer entendimento futuro.

No geral, o comportamento do governador assemelha-se mesmo a uma peça teatral sem a mínima base de confiabilidade ao texto de penúria financeira que diz prevalecer na estrutura de governo. Situação, por sinal, anunciada sempre de forma solene. É um quadro negro de decepção para quem acreditava estar 100% seguro, na condição de servidor público. Julgando-se pela condução gelada do processo de detonação contra os servidores, alguns sindicalistas já profetizam que coisas ainda piores vêm por aí. Basta aguardar o curso nefasto de outras ações a cargo do governador.

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Contas que não batem: governador Mauro Mendes decreta estado de calamidade financeira, mas Mato Grosso figura entre os mais produtivos estados da Nação, registrando índices crescentes de arrecadação anual. Tio Patinhas jamais convencerá que é Pato Donald…

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Mauro Mendes insiste também na tese de falência irreversível do Estado, afirmativa que esbarra na realidade de superávit das últimas arrecadações anuais. Pelo rombo encontrado nos cofres públicos, diz, não há como quitar encargos devidos e manter regularidade em relação aos próximos pagamentos. Se o presente é ruim, o futuro “a Deus pertence”, é a incerteza anunciada. Vai sobrar para os servidores…

Em resumo: no entendimento do novo governo, Mato Grosso deixou de ser promissor para adentrar numa trilha tortuosa e sem futuro, descompasso contínuo entre Receita e Despesa. Nem é preciso dizer que, novamente, o servidor encabeça a lista dos culpados desse saldo negativo do Estado, fator atribuído ao crescimento espantoso da folha salarial e decréscimo da arrecadação, conforme oficializa a atual equipe econômica.

Se vale a pena prevenir, melhor mesmo que o funcionalismo tenha um tanque de guerra em mãos para enfrentar o batalhão de choque do governador no ato de eventuais reivindicações dos seus direitos e salários. Pois o governo já decretou guerra e denota firmeza em não recuar perante o inimigo, o servidor.

 

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