Por João Carlos de Queiroz – O movimento de visitantes pelas ruas, nas barracas e restaurantes, triplica durante os jubileus religiosos, responsáveis por um fervilhar ininterruptamente festivo. São comemorações imbuídas de motivações bem prestigiadas.
Senador Firmino, aliás, tem marco oficial no calendário turístico nacional como uma das paradas essenciais de apreciação ao bom cardápio brasileiro. Mais ainda: oferece devassa prazerosa de pesquisas culturais, de gênero distinto.
Cada passeio pelas estreitas ruas, é fato, significa absorção preciosa de conhecimentos gerais, e aí se forma uma legião de amizades que se tornam reciprocamente saudosas, minutos após todos partirem…
Novamente, agora em agosto, a cidade está em festa. Para tristeza geral, já quase no expirar do inusitado movimento que Senador sempre registra pontualmente.
Nas inúmeras barracas, espalhadas por todos os cantos, com enfoque na proximidade da igreja, o turista exigente tem a cômoda opção de um lanche rápido e no tempero primoroso dos comerciantes de Senador Firmino, muitos com estabelecimentos famosos em São Paulo e outras capitais do País.
Os sanduíches festeiros de Senador se impõem pelo gosto regional. Lideram a procura por fatores diversos: tanto pelos preços como, também, pela possibilidade de acrescentar ou suprimir seus componentes. Nem todos gostam de tomate cru no meio do pão, por exemplo.
“Verdade verdadeira”, como diriam alguns. Os pratos típicos de Senador lideram à frente dos mais sofisticados em outras paragens turísticas de peso. Um bom feijão com torresmo, digamos, remonta ao apetite do cowboy Trinity; e aí as mordidas se misturam ao pipocar surpreso. Mas de foguetes – deve ser sublinhado; não de tiros de revólver.
O maior faroeste de Senador é sua alegria contagiante…
A mesma que eclode de panelas de barro e fogões a lenha Minas afora, convergindo a atenção geral. “Onde há fumaça e fogão de lenha, tem boa comida mineira”, sabem todos…
Logicamente, em se tratando de agito festivo, nem tudo pode ser preparado nos locais preparados para acolher a multidão turística, e é aí que os sanduíches, de fácil preparo, comandam a preferência popular. Assim, com fumaça ou sem, as pessoas que circulam nas festas de Senador Firmino não param de chegar ao balcão e pedir algo. O sorriso do anfitrião é cartão explícito de “boas vindas”, de “cheguem mais”. E eles chegam sem pestanejar. Cerimônia não cabe num teatro vivo das ruas de uma pacata cidade mineira…
“Nem da Barraca” já tem experiência sobre isso, e sorri realizado quando alguém questiona sobre o porquê de tanta procura pelo seu estabelecimento. Questiona, sorrindo, se a pessoa gostaria de provar seu sanduíche, nocaute de pura delícia. Soma-se à educada resposta, implícita na fala serena dos mineiros, toda a sua espiritualidade carismática.
Vale então a pena ir a Senador Firmino e participar de toda a suntuosa programação religiosa que o lugar serrano desenvolve anualmente. E também vale a pena uma esticada à barraca do falante “Nem”, opção imperdível.