Quem é cuiabano e conhece a administração municipal, sabe de algo que nunca foi segredo: o prefeito Emanuel Pinheiro é antigo defensor da implantação do VLT na capital, o que motivou ácida contenda política entre ele e o governador Mauro Mendes, apoiador do BRT (ora em célere construção na Avenida da FEB, em Várzea Grande-MT). O projeto do VLT em VG ficou paralisado por anos e foi desfeito integralmente para ceder espaço ao BRT.
Visionário, Pinheiro entende que o VLT seria empreendimento agregador de mais avanços necessários para a capital, conforme apontam estudos técnicos na área de mobilidade urbana. Conforme se sabe, pela sua expansão desordenada e grande crescimento, o trânsito veicular na capital ficou seriamente comprometido, em face de congestionamentos caóticos registrados diariamente em vários trechos.
Para resolver parcialmente esse estrangulamento, Pinheiro construiu viadutos estratégicos nas Avenidas Beira Rio e das Torres, além de modificar o escoamento do trânsito, em geral. Com o VLT, a tendência é de que os motoristas guardem seus veículos em casa e utilizem o modal rumo aos destinos de trabalho ou lazer. Automaticamente, a longo prazo, o trânsito seria liberado nos pontos de estrangulamento crítico nos horários de rush.
EMANUELZINHO PINHEIRO: PARCEIRO CONTUMAZ
Para retomar o projeto do VLT, Pinheiro tem contado com o importante apoio de Emanuelzinho, deputado federal, bem como de várias autoridades em âmbito federal e estadual . Por assim dizer, o prefeito de Cuiabá desfruta de trânsito livre nos gabinetes ministeriais, reconhecimento explícito ao apoio político que concedeu à eleição do presidente Lula.
Se tais mobilizações que o prefeito efetua em Brasília-DF [a fim de buscar apoio à retomada do VLT] efetivamente vão vingar, ainda não se pode afirmar, alertam especialistas em política, economia e administração, dada à complexidade do processo que envolve esse modal, empreendimento futurista.
O certo é o seguinte: caso Pinheiro consiga trazer o VLT – e há grandes chances disto acontecer -, ele estará fatalmente tranquilo para eleger o seu sucessor, segundo análise de alguns cientistas políticos.
Cautelosos, outros apontam que, em se tratando de política, jamais se pode afirmar isso ou aquilo, pois tudo é muito prematuro, impreciso. Citam que muitos candidatos fortes ao Palácio Alencastro e governo estadual “dormiram eleitos e acordaram derrotados”, perplexamente sem entender nada do que aconteceu. A história registra tais fatos.
A única unanimidade nesse impasse em torno do VLT é que o povo cuiabano não soterrou de vez seu sonho de percorrer as avenidas da capital a bordo dos vagões do ágil trem, tráfego 100% liberado por trabalhar nas citadas pistas exclusivas.
CENÁRIO PROMISSOR
Pelo sim, pelo não, resta aguardar os próximos desdobramentos desse esforço político concentrado que o prefeito Emanuel Pinheiro tem feito em Brasília para que o projeto do VLT cuiabano ressuscite e saia do papel, dessa fase de obra perdida.
A expectativa para que os recursos federais sejam liberados conta com gradual aceno promissor de várias alas, segundo pode ser constatado nas declarações oficiais.
Nova reunião em Brasília-DF – Na manhã desta quarta-feira 17, por exemplo, equipes técnicas, capitaneada por André Almeida Morais, diretor do Departamento de Infraestrutura da Mobilidade Urbana da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, e coordenada pela Prefeitura de Cuiabá, representada por Janete Ely, economista e consultora técnica na área de infraestrutura de transporte e logística, emplacaram mais um tento positivo, no que se relaciona ao VLT cuiabano.
A definição ocorreu após a apresentação do projeto pela equipe técnica e pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Defensor do modal mais moderno para a capital mato-grossense, o prefeito de Cuiabá cadastrou em 2023 o projeto funcional para sistemas de mobilidade urbana – uma reestruturação do projeto de implementação do VLT no Novo PAC do governo federa
A reunião contou ainda com a participação de Alfredo Souza de Moraes Júnior, assessor da Secretaria Nacional de Mobilidade, Ricardo Caiado de Alvarenga, coordenador geral de fomento à mobilidade urbana, e André Almeida Morais, diretor de infraestrutura e mobilidade urbana. Os técnicos destacaram que o modal VLT apresenta, de fato, a melhor possibilidade logística.
“É da vontade do governo federal finalizar a obra do VLT, uma vez que foi iniciada com recursos federais”, afirmou André.
Visivelmente emocionado, o prefeito Emanuel Pinheiro afirmou que esta obra será outro marco expressivo de sua administração. Agradeceu aos auxiliares diretos do governo federal pela atenção redobrada à reivindicação do VLT, projeto que tem apoio de várias hastes de credibilidade social e política em MT, não apenas em Cuiabá.
“Foi uma reunião bastante produtiva, e nossa equipe permaneceu no Ministério, em continuidade aos trabalhos operacionais”, citou Pinheiro.
Em suma: otimismo não falta ao prefeito mato-grossense. E pelo andar da carruagem governamental [liberação de recursos], logo teremos capítulo de retomada positiva dessa obra, desta feita imbuída de seguro cronograma conclusivo. Nenhum fantasma de nova paralisação irá assombrar os gestores.
Por João Carlos de Queiroz, jornalista, editor-geral/com informações da SECOM/CUIABÁ