Mato Grosso adentrou no buraco do sem fim na administração Mauro Mendes, quadro que não visualiza a menor perspectiva alentadora no presente e, tampouco, em futuro próximo. As notícias governamentais confirmam calamidade total na área econômica, e tentam amenizar a asfixia gradualmente imposta aos direitos conquistados pelo funcionalismo estadual.
O ex-prefeito Mauro Mendes, aliás, tem usado a caneta de cortes sem dó nem piedade dos servidores públicos. A categoria se transformou, de repente, numa peça incômoda, quase culpada pelos dilemas financeiros do Estado, práticas ilícitas promovidas por gestores corruptos. Na ânsia de mostrar serviço e transparência nas ações, o trator Mendes quer limpar o terreno sem nenhuma atenção aos inocentes que ali habitam.
Essa tem sido uma tática equivocada, afirmam sindicalistas. Antes receptivo a ouvir o servidor, explicar tecnicamente quais medidas precisam ser adotadas, o governo estadual chutou a bola da paciência e escolheu o servidor público como Cristo das agruras financeiras vivenciadas pelo Estado. Até gás de pimenta tem substituído os antigos argumentos técnicos para explicar a crise econômica, conforme aconteceu ontem (16) numa reunião do Fórum Sindical na Assembleia Legislativa, quando os servidores se manifestaram contra as medidas do pacote governamental, tentando impedir sua aprovação.
A tendência, pelo andar da carruagem, é de que as coisas assumam em MT um quadro de penúria crescente, prevalecendo a prática de salários atrasados, extirpação de direitos conquistados pelo funcionalismo estadual e a implementação de medidas voltadas a contemplar apenas os “amigos do rei”.
É por essas e outras que o eleitor brasileiro não quer votar em mais ninguém. Por mais que o Superior Tribunal Eleitoral insista na participação popular, anunciando na mídia que o voto é uma conquista democrática e instrumento de cobrança, a cada dia tal palavreado assume caráter de mera utopia em solo brasileiro. Votar em alguém hoje significa apontar o gatilho para si mesmo. E nem todo mundo é adepto de suicídio.
Redação Site