O candidato à Presidência da República do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou em entrevista ao Jornal da Globo nesta terça-feira (19) que vai endurecer a legislação brasileira para casos de improbidade administrativa e corrupção. O tucano disse que a intenção é tornar o confisco de bens nestes casos de dano ao erário regra, para que ocorra a reparação do dano causado.
“A sociedade quer que se investigue, que se apure e quem é culpado que pague por isso e quem não é, que seja inocentado. E eu vou defender inversão do ônus da prova. Modelo americano. Quem enriquecer, quem tiver um patrimônio que não possa comprovar origem, terá perdimento. Pode ser senador, deputado, governador presidente. Todo tipo de agente público. Vou fortalecer os órgãos de fiscalização pública, a Polícia Federal”, explicou.
Alckmin também anunciou que, se eleito, irá fazer uma força-tarefa nas 150 cidades do Brasil com maior índice de criminalidade. A medida faz parte do seu plano de governo na área de segurança pública. Assim como o número de assassinatos diminuíram, em sua gestão quando governador, em São Paulo, Alckmin pretende levar o programa de segurança pública de sucesso para todo o Brasil.
“Vamos o mais rapidamente ampliar o controle das fronteiras com tecnologia. Vamos integrar a inteligência e informação da Polícia Federal, da Abin, da Polícia Rodoviária Federal e dos Estados. E finalmente, a Guarda Nacional. Pretendo ter a guarda com conscritos das forças armadas para ter uma Força permanente. Cada brigada com cinco mil homens e mulheres. Vou pegar as 150 cidades mais perigosas, com maiores indicadores de criminalidade e vou fazer uma força-tarefa já em janeiro do ano que vem”, garantiu Alckmin.
Para colocar o plano em prática, Geraldo Alckmin explicou que será necessário fazer um drástico ajuste fiscal nas contas da União.
“Porque São Paulo fez ajuste fiscal e não aumentou um imposto e teve um superávit do ano passado 5,3 bilhões e o governo Federal tem um déficit vergonhoso? O que esta faltando é governo. Quem apaga a luz e quem paga a conta. O presidente da República tem que liderar o corte de gastos. Vender avião, helicóptero, fechar ministérios. Eu vou fazer o ajuste! Aperta o cinto de um lado e investe no que interessa que é defender vidas”, argumentou.
Durante a entrevista, o presidenciável também falou que irá fazer quatro reformas necessárias para o Brasil: previdência, tributária, política e de Estado.
“Pretendo fazer governo perto da população. Quero ser presidente para mudar. Ninguém está sendo chamado pra um banquete. Quem ganhar a eleição é subir a rampa em dia de chuva com lata d’água na cabeça. Não é fácil. Vai ter que enfrentar corporações, fazer o ajuste fiscal e rápido”, afirmou Alckmin que, em seguida, destacou que está preparado para fazer o Brasil voltar a crescer.
Sobre os candidatos adversários, Geraldo Alckmin salientou que Jair Bolsonaro “é o passaporte para a volta do PT” e criticou a gestão desastrosa dos governos petistas.
“Uma parte do eleitor está com medo do PT e acha que o Bolsonaro pode ganhar do PT e o contrário. Ele é um passaporte para a volta do PT. Não pode querer culpar o PSDB pelo desarranjo das contas públicas promovido pelo PT. O PT é um partido sem limites”, disse.
Reportagem: Shirley Loiola