Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília – O delegado-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, afirmou, hoje (21), que o italiano Cesare Battisti será localizado em breve. Mesmo que tenha deixado o território brasileiro.
“Acredito sim que ele vai ser encontrado. Não sei se em território brasileiro, mas ele será encontrado”, declarou Galloro ao participar, esta manhã, em Brasília, da divulgação do balanço das realizações do Ministério da Segurança Pública.
Questionado sobre a situação do italiano cujo nome já foi incluído na lista de foragidos internacionais da Interpol, Galloro destacou que, até o último dia 13, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux autorizou que Battisti fosse detido, a PF não podia “sequer dispender recursos da União” para vigiá-lo, já que “nada pesava contra” o italiano.
Um dia após a decisão ministerial, o presidente da República, Michel Temer autorizou a extradição de Battisti, mas seu paradeiro já era desconhecido. Considerando a hipótese do italiano ter deixado o país, as autoridades solicitaram o apoio internacional para tentar localizá-lo e prendê-lo.
“Os protocolos de busca para fugitivos internacionais foram todos acionados. Já acionamos a diversas policias internacionais, inclusive a Interpol. Temos algumas pistas cujos detalhes, obviamente, não posso adiantar”, comentou Galloro, revelando que mais de 32 operações já foram realizadas para tentar localizar o fugitivo. “A PF já prendeu Cesare Battiti três vezes. Todas as vezes ele foi liberado”, lamentou o delegado federal.
Para Galloro, o fato de Battisti ter um filho brasileiro não será impeditivo para que ele seja extraditado para a Itália após ser localizado. “Isso já foi levado em consideração durante o julgamento dele e a Justiça possibilitou e o presidente da República decretou a extradição dele. Pela primeira vez, então, o Cesare Battisti tem, no Brasil, um decreto de extradição contra ele.”
Em 1988, Battisti foi condenado na Itália por quatro homicídios cometidos quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo. Ele chegou ao Brasil em 2004, onde foi preso três anos depois.
Battisti foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Ele voltou a ser preso em outubro do ano passado na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Bolívia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele tentou sair do país ilegalmente com cerca de R$ 25 mil em moeda estrangeira. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas cautelares.
Com a decisão de Temer, a Itália consegue algo que vinha pedindo ao governo brasileiro há oito anos. O governo italiano pediu a extradição de Battisti, aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti poderia ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pelo Supremo.