Secom – Cerca 2,4 mil alunos da rede pública municipal de Várzea Grande, já passaram ou integram o projeto Escola em Tempo Ampliado (ETA), que está desde outubro de 2015 ofertando novas possibilidades de ensino e aprendizagem no Município, ampliando para além das salas de aula e da matriz curricular normal, a formação cidadã de cada estudante.
O projeto que nasceu há quase três anos como piloto na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) ‘Gonçalo Domingos de Campos’, no bairro Jardim Alá, está sendo implantado em 13 unidades municipais, das quais duas são em escolas do campo. O alcance transformador do ETA irradiou de tal forma, que ter duas unidades do campo inseridas na Escola de Tempo Ampliado era meta de plano de governo da prefeita Lucimar Sacre de Campos, ou seja, para acontecer apenas em 2020, mas já é realidade em 2018.
Por meio do Escola em Tempo Ampliado, os estudantes que integram o projeto, geralmente a partir do 6º ano, passam o dia na escola. Pela manhã seguem a matriz curricular normal de acordo com a série que frequentam, e à tarde têm ocupação e atividades na escola, aprimorando seu próprio aprendizado. Eles aprendem informática, estimulam emoções e a auto estima por meio da dança, da música e do teatro, exercitam corpo e a mente nas aulas de educação física, aprendem a cuidar de uma horta ou recebem reforço nas oficinas de raciocínio lógico e letramento.
Efeitos práticos dessa maior atenção ao ensino fundamental está na melhora das médias escolares que passaram de 5,5 para 6 entre os estudantes que participaram do ETA em 2017 em comparação com alunos que fazem apenas a matriz curricular normal nas escolas públicas do Município.
O projeto Escola em Tempo Ampliado tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de educação e do rendimento escolar, oferecendo espaço de convivência para ações afirmativas que pssibilitem reduzir o risco social de crianças e adolescentes de Várzea Grande. “Esse projeto ganhou uma dimensão inimaginável, foi além das razões que motivaram sua concepção, de melhorar a média escolar dos nossos estudantes. Na prática, o ETA passou a ser um ganho para as famílias e para a sociedade de modo geral, pois cada aluno inserido teve mais do que seu resgate como estudante e como pessoa, passou a ter visão de futuro e descobriu as formas de atingir seus objetivos”, avalia a prefeita, que foi a idealizadora do ETA.
O projeto oferta aos estudantes, atividades que os mantém o dia inteiro na escola, têm almoço na escola e oficinas extraclasse, com aulas de reforço em letramento, raciocínio lógico, esporte, dança, informática e horta.
Dos quase 2,4 mil estudantes do ETA, 1.032 passaram a integrar o projeto em 2018. “Como vemos, há um grande avanço anual. Em cada escola inserida no projeto há transformações nítidas no ambiente escolar. Esse impacto positivo de uma visão da vida chega às relações familiares. Os primeiros sinais de transformação são observados na melhor sociabilidade dos estudantes e isso independe da idade. Há aumento ou aquisição de senso crítico, da curiosidade e da disciplina”, afirma o secretário municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Silvio Fidelis.
O secretário destaca ainda que o projeto do ETA é de longo prazo, pois objetiva melhorar os indicadores de ensino e aprendizagem escolar e constrói caminhos visando uma melhor qualidade do ensino público. “Mesmo com esse objetivo, temos ganhos imediatos, porque a transformação cidadã é percebida no dia-a-dia. Nosso alunos que antes não participavam de qualquer atividade intraescolar, hoje representam Várzea Grande em concursos importantes em nível estadual e saem vencedores. O que o ETA vem proporcionando e contabilizando hoje era até então inexistente.Estamos construindo novos caminhos na eficácia da educação pública, nossa meta principal ” afirmou Silvio Fidelis.
A prefeita Lucimar Campos explica que ao elaborar o ETA se pensou em maneiras de manter o aluno mais tempo na escola, livre da ociosidade de casa no contraturno e ainda protegendo essas crianças e adolescentes dos riscos iminente das ruas. “Por isso as oficinas devem conter, além do componente pedagógico para avaliação da aprendizagem, atrativos para despertar o interesse e que o interesse possa proporcionar conhecimento, autoconhecimento e atitudes positivas. Podemos dizer que há integração e envolvimento de toda a comunidade escolar, como também dos pais”.
O secretário Silvio Fidelis, destaca ainda que a projeção conquistada pelo ETA, hoje presente em 13 unidades municipais de ensino fundamental, se dá graças ao acompanhamento e monitoramento constante de equipes de apoio técnico, que tem como missão melhorar os resultados do projeto. “Novas demandas,correções, tudo isso estão em constante avaliação pelas equipes e essas equipes tem ainda a missão de trocar experiências, trazer resultados exitosos de outras unidades municipais e assim ampliar as boas e resolutivas práticas educacionais. Fazemos um acompanhamento presencial”.
Silvio atribui o sucesso do projeto ao empenho dos profissionais da educação “justamente por confiar nessa nova abordagem proposta pelo ETA e, ainda, confiar em toda equipe que faz dele realidade, creio que em breve teremos médias de 7 entre os alunos do nosso projeto. Fechamos 2017 com média 6 para os alunos do ETA, enquanto a média da rede pública municipal é de 5,5. Essa evolução foi obtida com o ETA de 2015 a 2017. Confiamos no nosso trabalho, na nossa proposta, na nossa equipe e nas nossas metas”.
Na unidade municipal do campo ‘Professora Euraide de Paula’, situada no Distrito de Limpo Grande, o ETA tem um objetivo a mais,o de resgatar a cultura e tradição várzea-grandense que tem como berço, o Limpo Grande. Entre outras atividades extraclasse, oferece oficina de artesanato como forma de preservar a maior tradição de Limpo Grande, as redes artesanais. A tradicional arte de tecer redes faz parte da cultura de Várzea Grande. “A nossa herança cultural não pode se perder no tempo. Nossos alunos estão satisfeitos em dar continuidade com essa técnica centenária e preservar a história da comunidade e de nossa cidade. Não só aqui nesta comunidade rural, mas também em outras unidades escolares, a cultura e tradição da nossa terra estão inseridas em atividades extraclasse”, argumentou a prefeita.